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Firmino sobre liberar isolamento: "Quem vai se responsabilizar pelas mortes?"

O prefeito de Teresina, Firmino Filho, foi duro nesta sexta-feira (27) e afirmou que não é prudente liberar as medidas restritivas na cidade. Segundo ele, se isso for feito é jogar a população no escuro, pois ainda não se sabe como o coronavírus vai se propagar no estado. Firmino chega a questionar de quem seria a culpa por possíveis mortes.

“Não podemos retirar as medidas no momento, caso contrário estaríamos jogando nossa população no escuro. Se liberar e no mês seguinte tiver 4 mil pessoas mortas, quem vai se responsabilizar? Precisamos ter prudência”, disse em entrevista à TV Cidade Verde.

Firmino fez questão de frisar que a crise econômica não é culpa das medidas restritivas e sim da própria situação sanitária do mundo. “Dizer que a crise é por conta das restrições isso não é verdade. A crise econômica é derivada do vírus. Se não tiverem medidas restritivas e o vírus se espalhar e as mortes se multiplicarem, não vai ter comércio também. Trabalhadores não vão ao trabalho sabendo que vão ser infectados e irão morrer. Os clientes não vão para as lojas sabendo que vão ser infectados e vão morrer. A crise econômica é decorrente da crise sanitária e não das medidas restritivas. É uma necessidade para se poupar vidas”, destacou, admitindo que essas medidas têm consequências. 

“As medidas restritivas têm consequências sobre a vida da população. Elas levam a redução da atividade econômica, queda de vendas, desemprego, dificuldade, até a fome. É por isso que estamos mobilizados para que o governo federal possa intervir para aquecer a economia e a gente não sofra tanto”, acrescentou.

O prefeito defende que a população se informe sobre a gravidade do caso e que a única alternativa é o isolamento. “Nenhuma medida pode ser debatida sem que a gente entenda o contexto que está acontecendo. Temos uma grave crise sanitária. Não é uma crisezinha qualquer e pode abater grande parte da nossa população se nós não fizermos nada. A única alternativa pregada pela OMS é o distanciamento social. É importante que se leve a sério o que os especialistas dizem. Essa é a posição da imensa maioria dos países civilizados. Essa era a posição do Ministério da Saúde até meados dessa semana. Todas as outras alternativas fracassaram. Para deter a velocidade do vírus é o isolamento social”, afirmou, mandando um recado para a classe política.

“Não é o momento de politizar nenhuma discussão”, disse.

Pedido de desculpa

Durante a entrevista, Firmino Filho pediu desculpas aos moradores de ruas sobre a falta de assistência nos primeiros dias de isolamento.

“Não houve uma avaliação correta com relação aos moradores de rua. Não antevemos que o problema cresceria. Como as pessoas não estão mais circulando no Centro, os moradores tinham o seu ganha pão com a atuação dos transeuntes e isso acabou. A prefeitura está com todos os seus programas abertos dando assistência. Vamos distribuir cestas básicas e abrir o restaurante popular. Foi um erro da prefeitura e eu assumo a culpa e o erro e peço desculpas. Foram muitas decisões tomadas e assim erros são cometidos”, finalizou.

Veja a segunda parte da entrevista:

Hérlon Moraes
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