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“Pulmão fica como uma borracha dura”, explica médico sobre complicações de Covid

O médico cardiologista, presidente da Associação Médica Brasileira (AMB) no Piauí, Paulo Márcio, tirou dúvidas e falou sobre as complicações que a Covid-19 causa em pacientes, principalmente naqueles do grupo de risco com complicações de saúde.

De acordo com o médico,  5 a 10% dos pacientes de Covid-19 apresentam sintomas graves da doença, entre eles a inflamação do pulmão que pode avançar para uma pneumonia. 

“Só que é uma pneumonia diferente das outras. É uma pneumonia que leva a uma fibrose do pulmão. Fica duro o pulmão. Ao invés de ser uma borrachinha mole e flexível, vira uma borracha dura que não funciona”, explicou. 

Nessa situação de gravidade, o paciente vai precisar da ajuda de aparelhos para respirar por meio de ventilação mecânica. O ventilador é associado a uma equipe multidisciplinar incluindo nutricionistas, fisioterapeutas, enfermeiras e médicos. 

“A pessoa tem uma falta de ar enorme e não consegue respirar sozinho, só consegue respirar através de um ventilador mecânico. Um aparelho que vai fazer, momentaneamente, a função do pulmão. Em média os pacientes demoraram de 18 a 20 dias respirando por meio de aparelhos”, informa o médico apontando informações de pacientes chineses do grupo de risco.

Segundo Paulo Márcio, a situação do Nordeste é uma das mais delicadas, pois a região abriga 30% da população e apenas 16% dos leitos de UTI do Brasil. . 

Isolamento vertical

O médico elogiou as medidas de isolamento aplicadas nos estados que determinaram o isolamento horizontal, ou seja, de toda a população com exceção dos serviços essenciais. Ele comparou com a consonância do isolamento também aplicado em países como os Estados Unidos e Rússia.

Paulo Márcio lembrou que o isolamento vertical, apenas dos pacientes em grupos de risco, falhou em outros países, como na Itália, um dos epicentros da epidemia.

“Onde o isolamento vertical começou, ele deu errado, onde ele foi implantado, ele deu errado na maior parte do mundo. Porque o idoso que está em casa, o cardiopata que está em casa, o diabético que está em casa, o filho dele vai trabalhar e traz o vírus para dentro de casa. O neto que vai para a escola pega o vírus e traz para dentro de casa. Os lugares e o modelo disse foi Milão (Itália)”.

Valmir Macêdo
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