A fiscalização a lojas que descumprem o decreto de isolamento vai começar a multar estabelecimentos que foram notificados e seguem não atendendo à medida. A multa varia entre R$ 1 mil e R$ 3 mil. A polícia já registrou um TCO (termo circunstanciado de ocorrência) no bairro Dirceu após desacato de um empresário contra a equipe de fiscalização.
A fiscalização é feita pela por agentes da SDU (Superintendência de Desenvolvimento Urbano), policiais militares e guardas municipais. Um empresário xingou os fiscais durante uma abordagem e foi alvo de um TCO.
“Na maioria das abordagens a gente tem uma resposta positiva mas nesse caso ele desacatou a nossa equipe e na viatura mesmo registramos o TCO. Ele vai responder na Justiça por ter desrespeitado o cumprimento dessa medida que é em prol de toda a população”, contou o tenente coronel Lucena Sousa, da Força Tática da PM.
Após ser notificado, o empresário do estabelecimento que passa por abordagem pode perder o alvará de funcionamento do local. “Se houver reincidência, além da multa, que pode variar entre R$ 1 mil e R$ 3 mil, ele pode ter o alvará cassado”, explicou Alexandre Leite, gerente de fiscalização da SDU Sudeste.
A Guarda Municipal de Teresina já abordou mais de 1.600 estabelecimentos comerciais não essenciais que descumprem o decreto municipal de fechamento de comércio em decorrência da epidemia de Covid-19. Nessa quinta-feira (2), o Cidadeverde.com acompanhou o trabalho de uma equipe de fiscalização na zona Sul e flagrou, em menos de dez minutos, cinco estabelecimentos no bairro Promorar descumprindo a medida.
Somente em um trecho de menos de 30 metros, cinco estabelecimentos foram abordados na Avenida Ulisses Guimarães.
Foto: Roberta Aline/Cidadeverde.com
"É doloroso", diz empresário que vai demitir 17 funcionários
Proprietário há 23 anos de um restaurante no Dirceu, o empresário Nande Alves lamenta a crise no negócio após o isolamento social. Trabalhando com entrega delivery de quentinhas, ele lamenta a demissão de 17 funcionários após a queda de cerca de mais de 30% no fluxo de caixa.
"É doloroso mas é o único jeito de sobreviver com a empresa. Agora mesmo vou ter que riscar 17 carteiras (de trabalho). Só 30% dos funcionários estão trabalhando nos turnos da manhã e da noite. Não tem condição de manter essa quantidade de funcionários", contou.
Com as carteiras de trabalho prontas para serem despachadas, o empresário relata que ao longo de duas décadas essa foi a maior crise que já viveu.
"Nunca tinha visto nada igual. É uma tristeza que a gente não esperava", revela.
O empresário defende o isolamento mas aponta que poderia continuar funcionando com medidas mais brandas.
"A gente poderia estabelecer a distâncias e trabalhar com ainda mais cuidado com a higiene. Aqui mesmo é tudo com álcool em gel. No início até colocamos umas faixas pra estabelecer a distância, mas aí veio a prefeitura e fez foi fechar total", disse.
Nande conta que o seu lucro caiu drasticamente após o isolamento. "Antes a gente tirava R$ 7 mil e agora estamos tirando mal R$ 2,5 mil. Vendia 400 refeições, agora só umas 50 quentinhas por dia", falou.
Valmir Macêdo
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