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Indicado do centrão não sobrevive nem um dia como presidente do Banco do Nordeste

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Foto: Banco do Nordeste

Em meio a uma barganha de cargos promovida por Bolsonaro em favor dos partidos do chamado centrão, o novo presidente do Banco do Nordeste sobreviveu apenas um dia no cargo.

Alexandre Cabral tomou posso como presidente do banco na terça-feria (2) e perdeu o posto nesta quarta (4).

A saída de Cabral -que havia chegado ao cargo apadrinhado pelo presidente nacional do PTB e neoaliado do presidente Jair Bolsonaro, Roberto Jefferson- foi confirmada em comunicado da instituição. Antônio Jorge Pontes Guimarães Júnior, atual Diretor Financeiro e de Crédito, assume a presidência do banco como interino.

Nas últimas semanas, Bolsonaro intensificou a nomeação de apadrinhados do centrão e de outras legendas aliadas em um esforço para se blindar no Congresso de um possível processo de impeachment.

Mas mesmo com indicação, Cabral perdeu o cargo após a divulgação, pelo jornal O Estado de S. Paulo, de que ele é alvo de investigação do TCU (Tribunal de Contas da União) para apurar supostas irregularidades em contratações quando era presidente da Casa da Moeda, instituição que ele comandou entre 2016 e 2019.

A reportagem procurou Cabral, mas não houve resposta até a conclusão deste texto.

A Casa da Moeda foi um centro de influência do PTB nos governos anteriores.

A Folha de S.Paulo teve acesso ao acórdão do TCU que determinou a apuração das irregularidades durante a gestão de Cabral.

Segundo documento, a investigação é ligada a licitações e prorrogações para contratação de duas empresas, a Sicpa Indústria de Tintas e Sistemas e, posteriormente, com empresa resultante de sua cisão, a Ceptis Indústria de Tintas e Sistemas.

No comunicado em que anunciou a destituição, o Banco do Nordeste informou que tomou conhecimento sobre o conteúdo das notícias envolvendo o novo diretor por meio da imprensa. "Assim sendo, reitera seu compromisso de transparência e tempestividade de comunicação dos fatos aos seus acionistas".

A decisão de destituir Cabral foi tomada em reunião do Conselho de Administração do banco realizada nesta tarde.
Cabral já enfrentava a oposição da equipe econômica, liderada pelo ministro Paulo Guedes.

O ministro é contra o loteamento político de bancos públicos e tem resistido a investidas dos partidos que se aproximaram de Bolsonaro.

Mas mesmo a destituição de Cabral não é garantia de Guedes de blindar a instituição será alcançado, uma vez que o cargo é cobiçado por outros partidos do Centrão.

LARISSA GARCIA, TALITA FERNANDES E RICARDO DELLA COLETTA
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS)

 

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