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Com 4 mil demissões, Construção Civil aguarda retorno e elabora protocolo de segurança

Foto: Arquivo/Cidadeverde


Vice-presidente do Sindicato das Indústrias da Construção Civil de Teresina (Sinduscon), Guilherme Fortes

Um dos setores que mais foi afetado pela pandemia causada pelo novo coronavírus, com mais de 4 mil demissões em Teresina, a Construção Civil está na expectativa para o retorno das atividades. O setor já apresentou um protocolo de segurança ao prefeito da capital, Firmino Filho, e aguarda a deliberação de uma data para a volta dos trabalhos.

Segundo o vice-presidente do Sindicato das Indústrias da Construção Civil de Teresina (Sinduscon), Guilherme Fortes, o protocolo é semelhante ao que outros estados estão adotando, como o Maranhão e Ceará, por exemplo.

“Nós da Construção Civil temos uma expectativa muito grande do retorno das obras. Assim que foi anunciada a pandemia, o setor entendeu que era importante parar e estudar as melhores práticas evitando a disseminação da doença. Inicialmente nós propomos uma parada, até antes da prefeitura, de 3 semanas para poder ver as melhores soluções pelo mundo. Após esse estudo nós preparamos esse protocolo, que consegue ser aplicado nas pequenas, médias e grandes obras e tivemos a preocupação de fazer a interlocução com estados vizinhos, como o Maranhão e Ceará. A gente discutiu com eles. Eles adotaram e é prática deles”, afirma o empresário.

Além dos canteiros de obras, o vice-presidente explica que o protocolo serve para toda a cadeia produtiva da Construção Civil, como fábricas e lojas.

“Juntamos com a Fiepi (Federação das Indústrias do Piauí) e fizemos que esse protocolo norteasse também a cadeia da construção civil, como fábrica de tijolos, telhas, tintas, equipamentos, peças. Aplicamos e sugerimos que ele fosse seguido por toda a cadeia”, explica Guilherme.

Segundo o vice-presidente do Sinduscon, em todo o país cerca de 800 obras estão sendo monitoradas em plena pandemia. “O setor da Construção Civil está monitorando em todo o país 800 obras. Não tem nenhuma em Teresina, pois estamos parados, mas ao longo do país são 800 obras com mais de 54 mil pessoas sendo monitoradas. Esse trabalho tem dado certo. O número são muitos bons”, disse.

Foto: Sinduscon


Trabalhadores seguem protocolo com distanciamento em refeitório

Guilherme ressalta que os canteiros de obras são seguros para trabalhar, já que não ficam expostos a visitas externas.

“O canteiro de obra é muito seguro para trabalhar. Não há visita externa. É um ambiente controlado e nós aqui esperamos muito ansiosamente o retorno. Tentamos esse diálogo com a prefeitura, sensibilizá-los. Dialogamos bastante e nosso anseio é que as coisas voltem para ajudar a economia desenvolver”, afirmou.

72 mil trabalhadores aguardam retorno

De acordo com dados do Sinduscon, 72 mil trabalhadores aguardam o retorno das atividades. Eles foram incluídos na Medida Provisória 936/20, que institui o Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda, que autoriza os empregadores, temporariamente, suspender contratos de trabalho por até 60 dias.

“Se as coisas não retornaram corre risco dessas 72 mil pessoas ficarem prejudicadas. A economia é um organismo vivo, as coisas se interligam. A gente precisa que essa interligação aconteça com segurança. Quando a suspensão acabar eles vão querer retornar aos seus posto de trabalho”, declarou.

Veja o que diz o protocolo:

No acesso ao canteiro de obras

Na entrada do colaborador na obra é realizado a medição de temperatura e uma análise visual do estado físico, como possíveis espirros e tosse. Em caso de alteração, o colaborador é isolado e enviado para unidade de saúde.

Utilização do vestiário

Os acessos aos vestiários são controlados, os colaboradores são separados em pequenos grupos para troca de roupas e higienização após execução dos serviços. E nos casos de filas, é respeitado o afastamento entre os colaboradores, conforme recomendações do Ministério da Saúde. As demarcações de afastamentos no piso são importantes para manter o distanciamento e a organização nos acessos.

Utilização do refeitório

A utilização do refeitório segue as regras de restrição de acesso, as filas são espaçadas para recebimento de alimentação e há separação de pequenos grupos de colaboradores para acesso ao mesmo e divisão de turno. As mesas são separadas conforme recomendações e são utilizadas por apenas um colaborador por vez. E para higienização os refeitórios são equipados com álcool gel e com lavatórios externos para lavagem das mãos antes e após as refeições.

Execução dos serviços

Os colaboradores utilizam EPIs como a máscara para execução de todos os serviços. A distribuição do álcool gel em pontos estratégicos das obra é de fácil acesso e utilização.

Limpeza das áreas comuns

A equipe de limpeza da obra executa constantemente a higienização das áreas comuns, focadas em pontos como maçanetas, armários, torneiras, lavatórios e demais objetos que possuem contato com as mãos. O kit de materiais utilizados para a higienização é composto Água sanitária e o desinfetante, ambos são indicados para desinfecção e desodorização de ambientes em geral e possuem ação direta em superfícies como piso, paredes, mesas.

Identificação do grupo de risco

Os colaboradores acima de 60 anos e com doenças como hipertensão, diabetes e problemas respiratórias são identificados e afastados dos canteiros como forma de prevenção e cuidado com o colaborador. Os mesmos entram de férias até o momento propicio para o retorno aos serviços.

Kits de prevenção

Os Kits de prevenção como máscaras estão sendo distribuídos no canteiro de acordo com a necessidade, assim como os procedimentos dos EPIs já utilizados na rotina do canteiro.

Registro de ponto

O ponto eletrônico é substituído pelo cartão de ponto para que o contato dos dedos na máquina não aconteça e impeça a transmissão.

Doação de kits para higiene pessoal

Um Kit contendo sabonete, detergente, Álcool Gel 70% e sabão em barra será entregue para o colaborador para que seja utilizado de forma consciente e responsável.

Reuniões e encontros ao ar livre

As reuniões e encontros com as equipes são realizadas ao ar livre para evitar aglomerações e confinamento em locais fechados e sem circulação de ar.

Hérlon Moraes
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