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Recife cria selo "friendly" para atrair turistas gays

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Depois de "descobertos" pelo mercado turístico como um público de alto poder aquisitivo e que gosta de gastar dinheiro quando viaja, os gays viraram definitivamente os queridinhos de muitas cidades turísticas.

É o que acontece com a capital pernambucana. Para mostrar seu desejo de acolher esse público, o Recife Convention & Visitors Bureau (RC&VB), associação que congrega empresas e entidades ligadas ao setor de turismo, elaborou a campanha "Friendly GLSBT - Pernambuco simpatiza com você", que distribui um selo "gay friendly" (algo como "amistoso aos gays") aos estabelecimentos que são considerados preparados para receber bem os homossexuais.

Para ser identificado facilmente, o selo tem o desenho de um arco-íris, símbolo gay universal. Até agora, receberam o título os hotéis Jangadeiro e Marolinda Cult, o Museu de Arte Contemporânea (MAC), a empresa de táxi aéreo NVO, o café Estação Quatro Cantos, a Pousada Quatro Cantos e o restaurante Patuá Delícias do Mar (os três últimos na vizinha Olinda).
 

Na cidade de São Paulo, diversos locais exibem adesivos com o mesmo propósito --divulgar que o público GLSBT (gays, lésbicas, simpatizantes, bissexuais e trans-sexuais) é bem-vindo. O diferencial do selo recifense é que ele é fornecido pelo RC&VB somente após o estabelecimento ter submetido seus funcionários a um treinamento.

Os workshops ministrados pela instituição orientam os funcionários que lidam com o público a não causarem nenhum tipo de constrangimento ao visitante gay. Em hotéis, por exemplo, os empregados são treinados para não se surpreenderem quando dois homens pedem uma cama de casal no quarto.

Já na NVO, o piloto Diego Pimentel conta que já levou um casal de lésbicas para um voo panorâmico adquirido por uma delas para que se reconciliassem nos céus de Recife. A ideia deu certo e o piloto manteve-se discreto por todo o trajeto.
 

 
"Friendly" depois da crise
 
O presidente do RC&VB e da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis, José Otávio Meira Lins, relata que a iniciativa foi tomada como parte da recuperação do setor após uma forte crise há sete anos, quando foram fechados 18 hotéis. Para atrair turistas --e dinheiro--, surgiu a ideia de preparar o setor e divulgar a cidade como acolhedora para o público GLSBT.
 
Ele afirma que a campanha tem custo baixo (apenas a placa e o treinamento de funcionários), e já se mostrou eficiente. Desde seu início, em novembro de 2008, calcula-se que as instituições que aderiram ao projeto tiveram aumento de cerca de 14% no número de turistas gays.
 
Além do selo, há também à disposição dos turistas nos hotéis folhetos com roteiros que contemplam 30 opções de passeio que o escritório indica para esse público. "Nossa preocupação é recomendar atrações que sejam seguras em todos os aspectos", explica Lins.
 
"A ideia do selo não é tachar os estabelecimentos como sendo lugares gays. Por enquanto, os hotéis, por exemplo, nem estão preparados para se restringir a esse mercado. A ideia é garantir aos gays a segurança de que nos locais onde há selo eles serão bem-recebidos e tratados como quaisquer outras pessoas", afirma Lins.
 
Fonte: Folha Online
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