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No carnaval, mulheres estão mais vulneráveis a DSTs e gravidez

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O comportamento permissivo e o uso excessivo de álcool e drogas são a combinação perfeita para o sexo sem proteção no carnaval. O cenário é ainda mais perigoso para as mulheres, aponta Maria Helena Vilela, diretora do Instituto Kaplan, especializado em sexualidade humana. Segundo a especialista, o próprio corpo feminino facilita o desenvolvimento de infecções.

“As mulheres são mais vulneráveis tanto ao contágio de doenças, quanto à gravidez. Ela tem muito mais possibilidade de infecção do que o homem porque o aparelho genital interno favorece isso”, alerta Vilela. Além dos fatores fisiológicos, há também as barreiras culturais. A não-popularização da camisinha feminina, por exemplo, torna as mulheres ainda mais vulneráveis na hora de exigir o uso do preservativo.

“A camisinha feminina é muito nova, muita gente nunca nem viu. Ela ainda tem uma anatomia de difícil colocação, agora saíram modelos mais novos que simplificaram e a gente espera que facilite o uso. A mulher seria mais independente porque nem precisaria negociar com o parceiro, ela mesma se encarregaria da proteção”, aponta a especialista.

De acordo com Maria Helena, o uso de álcool e de drogas, comuns durante o carnaval, são dois fatores que contribuem para o sexo sem proteção e o conseqüente contágio por doenças sexualmente transmissíveis (DSTs).

“O carnaval tem um conceito de que ninguém é de ninguém e vale tudo, por isso o risco de não se cuidar, de não se prevenir, é maior. Esse comportamento associado à bebida e à droga aumenta a vulnerabilidade, porque essas substâncias tiram o seu controle. Mesmo que a pessoas queira se cuidar, às vezes pelo fato de estar embriagada o controle fica mais difícil”, alerta.

A especialista recomenda aos foliões que controlem o uso da bebida antes do sexo. “ É importante que as pessoas não se esqueçam delas, lembrem-se de que se nesse momento a gente não se cuidar, as conseqüências podem ser muito sérias. Se for transar, não beba. Mas, se for beber, negocie o uso da camisinha com o parceiro antes, porque depois fica mais difícil”, diz.

Na avaliação de Maria Helena, as campanhas sobre sexo seguro devem ir além do carnaval porque só quem “tem convicção da importância da prevenção” consegue exigir o uso do preservativo. “Usar camisinha não é uma coisa tão simples quanto parece, o uso está ligado a valores que para algumas pessoas é difícil encarar. É complicado, você tem que negociar com o parceiro, tem que encarar o fato de que você acredita que o parceiro pode ser alguém que não se cuida e isso são coisas que a nossa sociedade ainda não se abre para conversar. Mas se a pessoa tem aquilo como hábito, ela usa camisinha no carnaval ou fora do carnaval”, compara.

 

Fonte: Agência Brasil

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