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Após estupro, ativistas protestam pró-aborto

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No Dia Internacional da Mulher, entidades feministas, movimentos sociais, sindicatos e partidos de esquerda fizeram uma manifestação na capital paulista, com faixas, frases de protesto, carros de som, bateria, música e apitos.

Entre as principais reivindicações, a legalização do aborto, tema de uma grande faixa que abria a caminhada do grupo, que partiu da Praça Oswaldo Cruz no final da manhã deste domingo (8) e desceu a Avenida Brigadeiro Luis Antônio em direção ao obelisco em frente ao Parque Ibirapuera.

De cima de um caminhão de som, partiram críticas ao arcebispo de Olinda e Recife, dom José Cardoso Sobrinho, que excomungou médicos e a mãe da menina de 9 anos que engravidou após sofrer abuso sexual e passou por um aborto. Embaixo, frases de protesto entoadas por jovens: “se o Papa fosse mulher, o aborto seria legal”.  

Uma outra faixa dizia não "à CPI da Fogueira" e defendia o direito ao "aborto legal e seguro". "Já existe uma frente parlamentar contra a legalização do aborto", explicou Yuri Puello, da entidade "Católicas pelo Direito de Decidir".

Silicone

Outros temas também fizeram parte do protesto, como uma campanha "contra a globalização do silicone".

"É uma manifestação para que não se dê tanta ênfase à mulher como símbolo sexual. Ela não é só peito e bunda. A mulher se inferioriza quando se vê sem peito e bunda, mas ela é um ser completo", defendeu Rosimeire de Oliveira Lopes, da União de Mulheres de São Paulo.

As mulheres reivindicaram creches que funcionem 24 horas e salário mínimo para donas de casa.

Elas protestaram contra a violência contra a mulher, a crise econômica e a combinação de "machismo e capitalismo, transformando tudo em mercadoria e colocando preço inclusive em nossos corpos", segundo o panfleto que convocou o público para a manifestação.

Lula

Com bandeiras e faixas assinadas pelo PC do B, PSOL e PT, também houve espaço para cobrar políticas públicas do prefeito da capital, Gilberto Kassab (DEM), e do governador de São Paulo, José Serra (PSDB).

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também foi lembrado na manifestação, mas, em pelo menos uma das faixas, não com críticas.  

"De tanto ouvir as pessoas falarem que gostariam que o Lula continuasse na Presidência, tomei essa iniciativa, porque é isso que o povo precisa", justificou, em tom de discurso, Francisca Vitória Gomes, moradora de São Bernardo do Campo, base política do presidente, empunhando uma faixa em defesa de um terceiro mandato de Lula.

Identificando-se como integrante da Associação de Apoio ao Povo Carente e dizendo não ser filiada a nenhum partido, ela pedia a alteração da Constituição para que o presidente possa se candidatar novamente em 2010.

Diversas entidades assinam o panfleto que convocou a manifestação, como organizações feministas e do movimento negro, coletivos de mulheres, a Central Única dos Trabalhadores (CUT), União Nacional dos Estudantes (UNE), Movimento Sem Terra (MST) e partidos como PSOL, PCB, PT, PC do B e PTB.
 
Fonte: G1
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