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Movimento diz que Maternidade mente sobre aborto em Teresina

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A conselheira do Conselho Nacional dos Direitos da Mulher, Marinalva Santana, afirmou ao CidadeVerde.com que o diretor da Maternidade Evangelina Rosa, Francisco Passos, está mentindo sobre a implantação do serviço de aborto legal em Teresina.

 

Em nota enviada à imprensa, Marinalva aponta supostas incongruências entre as declarações do diretor da maternidade e do secretário estadual de Saúde, Assis Carvalho. “Há dois dias, o Secretário da Saúde anunciou, mais uma vez, que implantará o serviço de aborto legal na Maternidade Evangelina Rosa. No dia seguinte, o Diretor daquela Casa de Saúde declara à imprensa que ‘oferecemos o serviço desde outubro de 2004’. Quem está mentindo nessa história (ou seria estória)?”, questiona a nota.
 

 

Marinalva usa como argumento uma declaração da coordenadora da área técnica da mulher no Ministério da Saúde ao jornal Correio Braziliense que fala sobre a inexistência do aborto legal nos estados de Roraima, Piauí e Mato Grosso. “Vamos treinar equipes ainda este ano e colocar profissionais que não tenham objeção de consciência”, diz Lena ao impresso.

 

Direito

Em resposta a esta posição, o diretor da Maternidade, Francisco Passos, reitera que o serviço de aborto é oferecido no Piauí desde 2004. “Elas (militantes) querem que a gente convença as pessoas a fazer aborto e se revoltam porque uma menina que é violentada opta por manter (manter a gestação). É estranho? Eu acho, mas a mulher não pode manter o filho?”, pergunta o médico, garantindo que a opção de interromper a gestação da mulher violentada é oferecida. Dados da maternidade afirmam que, desde outubro de 2004, das 1.500 mulheres violentadas atendidas, 26 já fizeram aborto.

 

Segundo Passos, atualmente em Teresina existem dois casos registrados de mulheres violentadas gestantes. “Estamos acompanhando agora essa menina de 11 anos violentada pelo irmão e uma jovem de 23 anos, que tem curso superior”, diz. A gravidez do primeiro filho da menina é de risco, mas a família resolveu manter a gestação, já a mulher ainda está decidindo se manterá a criança.

 

Maneira

Para que a mulher violentada possa realizar o aborto legal, ela tem que se dirigir à maternidade Evangelina Rosa, único local no Piauí que realiza o procedimento. “Basta trazer uma declaração (que pode ser de próprio punho) de que foi violentada e ser submetida a dois exames periciais por uma ginecologista e uma perita aqui mesmo na maternidade”, afirma Francisco Passos. O diretor da Evangelina Rosa diz ainda que está tentando expandir o serviço para as maternidades municipais.
 
 
Carlos Lustosa Filho
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