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Lira questiona descompasso entre doses recebidas e aplicadas por estados e municípios

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Foto: Luis MacedoCâmara dos Deputados

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), questionou nesta quarta-feira (31) a disparidade entre o número de doses enviadas a estados e municípios e a quantidade de imunizados no país, embora tenha ressaltado não suspeitar de má fé no descompasso.

Lira falou ao final de reunião do comitê nacional anunciado na semana passada pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que não participou do encontro desta quarta. Também estiveram presente no pronunciamento o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), e o ministro Marcelo Queiroga (Saúde).

Em seu discurso, o presidente da Câmara chamou atenção para a divergência entre doses distribuídas e vacinadas.

"Por que o Brasil distribuiu 34 milhões de doses de vacina e nós só temos 18 milhões de doses aplicadas?", disse. "Eu não acredito, não acho que seja possível que nenhum governador e nenhum prefeito não esteja vacinando. Nós estamos com um déficit aí de quase 14 milhões de vacinas nos gráficos iniciais."

Lira ressaltou que isso impacta na informação passada aos brasileiros e pediu que o Ministério da Saúde forme "urgentemente" um grupo ainda mais rígido de controle desses dados.

Ele citou o caso de um estado que recebeu 3 milhões de doses e só repassou a informação de que vacinou 1,5 milhão de pessoas.

"O ministério pode entender que ele tem um estoque de 1,5 milhão e que ele não tem necessidade de vacina e que essa vacina pode ser transferida para outro estado que tenha mais necessidade, ou o ministério pode entender que está havendo atraso na informação de vacinação, que prejudica também nossa avaliação nacional de para onde há necessidade de se enviar vacinas?"
Apesar disso, disse não acreditar "em hipótese alguma que tenha nenhum tipo de má vontade ou má fé nisso, pelo contrário."

"É um controle importante sanitariamente, é um controle importante para que a população saiba o nível de vacinação em que o Brasil se encontra", afirmou. "Informação neste período é tudo."

O ministro da Saúde fez um aceno à demanda de Lira por avanços no registro de doses aplicadas.
"Precisamos melhorar o nosso sistema de informação para que ele consiga colher os dados dos municípios e o Datasus seja abastecido, e os brasileiros tenham dados concretos sobre a vacinação", disse.

Em geral, secretários de saúde têm apontado que houve dificuldade inicial no uso do sistema de registro feito pelo Ministério da Saúde, o que tem sido regularizado.

Outro fator que pode impactar o volume já aplicado é o fato de que, até recentemente, estados ainda tinham que reservar a segunda dose da Coronavac para aplicação, devido à dificuldade de garantia de novas entregas de vacinas no prazo previsto para essa nova oferta.

Em uma cobrança mais velada ao governo e particularmente ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido), Pacheco pediu um alinhamento da comunicação social do governo para não haver ruídos nas informações passadas para a população.

Um dos pontos de crítica ao governo do presidente Jair Bolsonaro é que o Ministério da Saúde mantém uma política para incentivar a vacinação, para o uso de máscaras e também para evitar aglomeração, mas Bolsonaro costuma ignorá-las frequentemente e mesmo criticá-las.

"É muito importante a comunicação, que haja um alinhamento da comunicação social do governo, da assessoria de imprensa do presidente da República, no sentido de haver uma uniformização do discurso, de que é necessário se vacinar, usar máscara, higienizar as mãos, distanciamento social, de modo a prevenirmos o aumento da doença no nosso país", afirmou o presidente do Senado.

Pacheco voltou a repetir uma frase bastante usada nos últimos dias, de que o Brasil tem dois caminhos para escolher: da união ou do caos.

O presidente do Senado também afirmou que foram tratadas na reunião do comitê questões relativas às decisões judiciais sobre a pandemia, que estariam provocando insegurança jurídica.
Criticou decisões de juízes, como as que liberam a compra de vacinas e a imunização por algumas categorias profissionais, quando a legislação aprovada no Congresso Nacional e sancionada pelo presidente impõem restrições.

Fonte: Folhapress

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