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Em CPI, presidente do Sintetro diz que 60% dos trabalhadores foram demitidos em Teresina

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Atualizada às 11h25

No primeiro depoimento na CPI do Transportes da Câmara de Teresina, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário do Piauí (Sintetro), Ajuri Dias, afirmou que 60% dos trabalhadores do setor foram demitidos desde o início da pandemia. Ele denúncia que o Setut teria se negado a negociar com a categoria.

Segundo ele, os trabalhadores acumulam perdas de direitos. Muitos estariam com problemas psicológicos diante das dificuldades financeiras enfrentadas. 

"Em março de 2020, iniciou os problemas do sistema. No início da pandemia, o presidente do Setut havia assinado um termo de aditivo e nesse período o presidente era o Fernando Feijão. Eles assinaram um acordo salarial. Com a pandemia, o Setut deixou de pagar salários e benefícios e diminuiu os salários. A partir disso, só temos perdido. Começaram as demissões. 60% foram demitidos, além de quem fez acordo perdendo direitos. Chegamos ao ponto em que alguns estão com problemas psicológicos. Outros vivem com doações e ajuda dos parentes.  Trabalhamos por diária", disse Ajuri.

De acordo com Ajuri, o Setut tem desrespeitado acordos e protelado as oportunidades de negociações.

"Isso foi gerado pelo Setut. Em nenhum momento o Setut fez alguma menção de fazer acordo com sindicato. A categoria só tem acumulado perdas. Além do desrespeito do Setut. Em nenhum momento valorizou o trabalhador. Em todos os estados foi feito acordos menos no Piauí. O Setut não quer negociar. Quer protelar para ganhar tempo e os trabalhadores se enfraquecendo. O trabalhador é o mais frágil", afirmou. 

O presidente da CPI, vereador Dudu, afirma que a comissão não  quer fazer "caça às bruxas", mas busca encontrar soluções para a questão.

Eles afirmam que perderam direitos como plano de saúde e tiket alimentação. Segundo ele, essa situação começou a partir de março de 2020. 

"Não queremos fazer um trabalho inquisidor. Queremos uma resposta para que o povo tenha um transporte público de qualidade. Ao longo dos anos, o tranporte da capital sofre um desmonte. Toda prestação de serviço quando não é a altura da clientela vai sumindo. O transporte também é do mesmo jeito. Não podemos ter as pessoas precisando de ônibus sem acesso. Por isso, a CPI irá ouvir a parte fragilizada que são os trabalhadores do sistema. Essa Casa não deixou no invisível o problema  dos trabalhadores. Sempre procuramos essa Casa e pedimos socorro. A CPI decidiu ouví-los", disse.

Depoimento do Sintreto provaria crime do Setut, diz Dudu

Após ouvir o depoimento completo do presidente do Sintreto, Ajuri Dias, o vereador Dudu afirmou que a fala mostra que houve crime de falsidade por parte do Setut. Segundo ele, trabalhadores foram obrigados a assinar recibos de salário em um valor maior do que de fato eles estavam recebendo na conta.

"São muitas questões que terão desdobramentos. O sindicato fez denúncias graves. São denúncias de que trabalhadores são obrigados a cometerem crimes de falsidade ideológica. Quando se assina um recibo é uma questão trabalhista e não teve aquele direito resguardado, é forçar a barra para que o trabalhador cometa um crime. Entendemos que muito do que foi dito pelo sindicato deverá desencadear em encaminhamentos judiciais da parte trabalhista e criminal. Vemos crime de falsidade ideológica quando se obriga o trabalhador a assinar o recebido que recebeu um valor maior do que de fato recebeu. Isso é um crime de falsidade ideológica.  É o sindicato que denúncia", disse. 

Dudu afirma que uma denúncia  sofre o caso poderá ser formalizado pela CPI.

"A forma como ocorre a relação patrão e empregado onde ocorre empregados sendo obrigados a cometerem crime se falsidade ideológica, na minha opinião é grave. Estamos falando de um transporte público que cobra dívidas com o poder público. Por isso digo que o que foi dito terá desdobramentos em outras esferas. Não vamos deixar de colher o depoimento com provas fartas, de questões que se darão em esfera criminal", afirmou.

O representante  do Sintreto afirma que o Setut descumpriu acordo com a categoria. De acordo com Ajuri, o Setut teria desrespeitado  Medida Provisória (MP) que previa o pagamento de até 70% do salário dos trabalhadores com verbas federais. Isso  desde que o empregador arcasse com os outros 30% do salário.

"Depois de março não foram mais pagos os salários da forma devida e valores corretos. O Setut recebeu reajuste na tarifa e recebia da prefeitura com valor reajustado e diminuiu o salário dos trabalhadores. Eles fizeram adesão à MP e não  pagavam os salários da forma devida. A partir desse período o Setut utilizou de toda forma para pagar sem contracheque.  Os 70% da MP eram recibos e não  se pagava os 30%", destaca.

Segue a relação dos membros da CPI do transporte público:

Presidente:  Ver. Edilberto Borges - Dudu (PT)
Relator:       Ver. Enzo Samuel (PDT)

Titulares:    Ver. Bruno Vilarinho (PTB)
                   Ver. Luís André (PSL)
                  Ver. Aluísio Sampaio (Progressistas)

Suplentes: Ver. Pollyanna Rocha (PV)
                 Ver. Deolindo Moura (PT)

 

 

Flash de Lídia Brito
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