O governador Wellington Dias (PT) contestou nesta quinta-feira (26) o novo mapa de biomas brasileiros elaborado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE - em parceria com o Ministério do Meio Ambiente. Reunido em Brasília com o presidente Lula e o ministro Carlos Minc, ele reclamou do que seriam falhas na classificação de municípios do Piauí com área de Mata Atlântica, que ficam impedidos de desmatar áreas para empreendimentos.

 

Romildo Mafra, superintendente do Ibama no Piauí, disse ao Cidadeverde.com que o mapa de biomas foi determinado em novembro de 2008, quando a ministra ainda era Marina Silva. Nele, 46 municípios do Piauí são classificados com área de Mata Atlântica, sendo que 10 deles contam com mais de 50% de seu território vetados para desmatamentos.

 

Mafra: mapa vai barrar investimentos

Wellington reclamou de 18 municípios. "No relatório, temos situações absurdas, como no município de União, que teria 90% de sua área na Mata Atlântica. Os estudos contestam, temos Mata Atlântica apenas na região litorânea", disse o governador, com base em informações de outro documento do IBGE que confirmaria a presença da vegetação apenas no litoral do Estado.

 

O governador informou que haverá uma reunião na próxima semana para tratar do assunto, mas o ministro Minc já teria se posicionado no sentido de reconhecer a falha, e a alteração teria sido autorizada pelo presidente Lula.

 

De acordo com Mafra, o novo mapa coloca 65% da área de Teresina sob proteção. "Se você quiser fazer um projeto particular de loteamento em determinada região, não pode mais", explicou. O caso mais grave é o de União, que tem 97% de sua área considerada como Mata Atlântica. "Uma indústria como a Comvap (produtor de açúcar e álcool) não poderia expandir suas atividades", completou Romildo, falando da fábrica situada na cidade.