A Prefeitura de Teresina remove 13 famílias moradoras da Vila Ferroviária, zona Sudeste. As casas foram construídas ao lado da linha férrea, na beira de um barranco que está deslizando a cada chuva, colocando em risco a vida dos moradores.
De acordo com o gerente de Habitação da Superintendência de Desenvolvimento Urbano Sudeste, Josenildes Cardoso, ao todo 17 famílias precisam sair do local, mas quatro estão oferecendo resistência. “As assistentes sociais já conversaram com todas as famílias, mas essas estão dizendo que não vão sair. Então nós vamos acionar o Ministério Público e o Conselho Tutelar, por causa das crianças. Elas não podem ficar em situação de risco, seus pais precisam entender isso”, explica.
Um dos casos mais preocupantes é de uma família que tem três crianças e a mãe é surda-muda. O pai das crianças mantém todos trancados em casa e não aceita sair do local. As assistentes sociais desconfiam tratar-se de um caso de cárcere privado.
As famílias removidas estão sendo levadas para casas na região do Parque Jurema e da Vila Cínara, onde poderão ficar em segurança. A mudança está sendo feita por equipes da SDU/Sudeste que disponibilizou um caminhão e carregadores. As casas construídas no barranco estão sendo demolidas, para evitar que outras famílias as ocupem. O material que pode ser aproveitado, especialmente as telhas, está sendo cuidadosamente retirado e levado junto com a mudança, para que os proprietários utilizem da forma que acharem conveniente.
A dona de casa Maria Jovelita dos Santos Oliveira foi uma das primeiras a mudarem. Ela, o marido e os dois filhos estão em uma casa no Parque Jurema. “Eu morava aqui na vila Ferroviária há mais ou menos um ano, mas já estava preocupada com o barranco. Na semana passada meu marido estava tomando banho atrás da casa e, na hora que ele entrou, o pedaço do barranco desabou. Ele escapou por pouco. Eu não vou arriscar a ficar com meus filhos numa situação dessas”, disse.
A Gerência de Obras da SDU/Sudeste construirá uma cerca no local onde as casas estão sendo demolidas e plantará árvores, para evitar a erosão do solo, minimizando o risco de desabamento e evitando que outras famílias se instalem no local.
