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Médicos do PI discutem sobre municipalização e exercício ilegal

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Médicos lotados no hospital regional da cidade de Floriano estão operando pacientes sem receber a remuneração pelos procedimentos. Foi o que constatou a inspeção feita pelo Conselho Regional de Medicina neste final de semana e relatada pelo presidente da entidade, médico Wilton Mendes, durante reunião esta manhã no CRM. “Aqui no Piauí um dia é da saúde e os outros 365 dias são da doença”, reclamou.
 
Fotos: Leilane Nunes/Cidadeverde.com

“O hospital de Floriano é o único que ainda está funcionando o centro cirúrgico. De Floriano até Teresina nenhum deles está funcionando. Aliás, estão sucateados. E mesmo em Floriano, a enfermaria funciona em condições precárias. A Unidade de Terapia Semi-Intensiva tem quatro leitos, mas nenhuma tem bomba de infusão. Os médicos que operam de sobre aviso estão sem receber. A maioria deles é cirurgião geral e especialista em alguma área. Mas operam nas duas modalidades e a lei não permite que eles recebam pelas duas. Então, eles acabam recebendo somente por um procedimento”, explica Wilton Mendes.

Neste dia mundial da saúde, o Conselho Regional de Medicina chamou as entidades relacionadas à saúde no Estado para uma reunião. A intenção é discutir esse tipo de questão. Além da situação dos hospitais, o conselho discutiu ainda a questão do exercício da profissão por acadêmicos em hospitais.

Ainda durante a inspeção do conselho, Wilton Mendes conta que encontrou estudantes cobrindo plantões no hospital de São Pedro do Piauí sem a orientação de um profissional.

Wilton criticou também, no início da manhã de hoje, a municipalização da saúde e o projeto da Secretaria de Saúde que prevê o pagamento de bolsas para estudantes que decidirem trabalhar no interior. O projeto será encaminhado para aprovação na Assembléia Legislativa.

Carga horária

A promotora Cláudia Seabra, que participou da reunião representando o Ministério Público, disse que considera o principal problema da saúde do Piauí a falta de comprometimento de médicos e funcionários.
 
“Há que ser ter um compromisso, até mesmo com a carga horária de trabalho. Em um plantão que cada médico dá poderiam ser feitos bem mais atendimentos do que o que acontece. Mas, historicamente, há um agendamento de consultas nas urgências e emergências. Ou seja, quando o médico cumpre esse número de consultas ele ai embora, mesmo que sua carga horária não tenha acabado ainda”, argumenta Cláudia Seabra.
 
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Leilane Nunes
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