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Chuva destrói casas; 40 estão ameaçadas no Nova Theresina

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Fotos: Carlos Lustosa Filho/CidadeVerde.com
Luzia Pinheiro é consolada por vizinha;
ela perdeu tudo com a enchente.
 
As mais de 10 horas de chuva de ontem (12) causaram estragos no residencial Nova Theresina, zona leste da capital. Um muro caiu e atingiu duas casas. Os moradores reclamam que o calçamento foi construído num nível mais alto que o das casas. A Associação de Moradores do Bairro Aroeiras afirma que a Emgerpi sabe do problema há mais de dois anos.

 

A dona de uma casas perdeu tudo por conta da força da água. saiu carregando os dois filhos. Tava com medo de ser eletrocutada. Perdeu tudo. O muro atingiu duas casas.
 

 
Luiza volta à sua casa após a noite de terror.
 
As águas atingiram aproximadamente um metro de altura.
 
Os objetos de Luiza estã na garagem de uma vizinha.
 

 

Luzia Pinheiro da Silva Oliveira, 29 anos, dona de casa, perdeu tudo por conta da força da água. A dona de casa mora com o marido e dois filhos. No momento em que a água invadiu sua casa, por volta das 21h30, ela estava sozinha com os filhos. O marido trabalha como moto taxista e estava fazendo plantão no ponto onde costuma trabalhar.

 

Ela conta que estava deitada com os filhos e sentiu que a água começou a entrar dentro da casa. “Eu me desesperei, peguei meus filhos e quando abri a porta, o muro caiu em direção a mim. A água estava muito forte e um fio elétrico se rompeu. Não consegui sair e comecei a gritar pedindo socorro”, revelou. Os vizinhos foram socorrer. Os vizinhos ajudaram a tirar as coisas da casa dela e colocaram no terraço do vizinho. Porém, Luiza perdeu tudo.
 
Valdênia também teve grandes prejuízos. Aqui ela
mostra a marca da água em sua casa.

 

Valdênia de Jesus Andrade, vizinha de Luzia, só conseguiu salvar suas coisas porque percebeu quando a água começou a entrar. Ela lembra que todo ano acontece isso, mas as coisas pioraram depois que foi feito o calçamento, que fica acima do nível das casas. Os vizinhos que moram atrás delas duas construíram um muro para impedir que a água invada as casas deles. Daí a água fica represada e entra nas casas delas.

 

O diretor de habitação da Associação de Moradores do bairro Aroeiras, José Borges da Costa, afirma que as casas foram construídas pela antiga Cohab e o problema existe há dois anos. Ele alega que já entrou em contato com a Emgerpi há dois para pedir que as casas fossem reconstruídas no nível do calçamento.
 

 

Segundo Borges, a presidente da Emgerpi, Lucile Moura, foi ao bairro, se reuniu com os moradores, mandou equipe muito tempo depois e só reconstruiu uma casa. Ele afirma que já foi outras vezes na Emgerpi, mas ela não o atende.

 

De acordo com levantamento feito pela associação, 40 casas estão na mesma situação. As casas que não caíram estão rachando. José Borges diz que tem medo que aconteça uma tragédia.
 

 
Fotos tiradas pelos próprios moradores na hora da chuva.
Á direita, as casas ficam abaixo do nível da rua.

 

Alguns moradores não estão pagando a prestação das casas e a Emgerpi já colocou 26 unidades para leilão, mas eles conseguiram impedir através de liminar. Pelo menos 103 estão aptas a ir a leilão. “Se a Emgerpi quer que as pessoas paguem, que ela dê moradia digna. Se eles não têm dinheiro para reconstruir, que falem que os moradores ajudarão. Queremos é que o governo lute pelos pobres”, disse.
 
Região das lagoas
 
Muitas ruas alagadas na zona norte. Na rua João Henrique Rebelo, Vila Padre Eduardo, a água invadiu uma casa de taipa e deixou sete pessoas desabrigadas. A casa está prestes a cair. Entre os moradores está Cícero Martins, de 34 anos, que tem paralisia nas pernas. Ele disse que a água atingiu 10 cm do chão e deixou vários buracos no chão de terra batida. Todos dormem em redes.
 
Cleidiane Soares, que vive na casa, mostra
os buracos causados pela chuva...
 
e pelas águas da lagoa.

 

Cícero afirma que quando começa a chover a única coisa que ele pode fazer é esperar porque não tem como se locomover. Todos os anos a água atinge a casa e ele reboca as paredes. A casa tem quatro cômodos, sala, cozinha e dois quartos. A água que indaviu a casa veio do quintal.
 
Funcionário da prefeitura conversa com Cícero...

 

Uma equipe de assistentes sociais da SDU foi até a casa. Cristiane Miranda, assistente social, disse que na zona norte todo o pessoal que é atingido será atendido pelo Lagoas do Norte. A prefeitura está fazendo monitoramento das áreas de risco. Durante a Semana Santa uma equipe ficou de plantão. Só a equipe dela fez hoje 10 atendimentos na Vila Apolônia.
 
“Realmente essa chuva do final de semana foi muito forte. Estamos providenciando uma casa para levar a família. A prefeitura dá 150 reais mais uma cesta básica. A família pode também alugar uma casa. A prefeitura também já providenciou uma bomba para drenar a água”, disse.
 
...enquanto as assistentes sociais tomam dados da família para
providenciar a mudança.
 
Atualizada às 10h48

 

Carlos Lustosa Filho (flash direto do Nova Theresina)

Leilane Nunes (Redação)

 

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