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Ministério Público paulista denuncia Thiago Brennand à Justiça pela 4ª vez

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O Ministério Público paulista denunciou nesta sexta-feira (21) o empresário Thiago Brennand, 42, pela suposta prática de crime de lesão corporal contra um funcionário do Hotel Fasano Boa Vista, no interior do condomínio onde mora, em Porto Feliz (a 118 km da cidade de São Paulo).

Os promotores Evelyn Moura Virginio Martins e Josmar Tassignon Júnior apresentaram denúncia contra ele por infringir o artigo 147 do Código Penal (perseguir alguém, reiteradamente e por qualquer meio, ameaçando-lhe a integridade física ou psicológica, restringindo-lhe a capacidade de locomoção ou, de qualquer forma, invadindo ou perturbando sua esfera de liberdade ou privacidade), cuja pena é de reclusão de 6 meses a 2 anos e multa.

Procurado, o advogado do empresário, Ricardo Sayeg, disse que não se manifestaria sobre essa denúncia.

Segundo o boletim de ocorrência, a vítima, Augustinho Rodrigues da Silva, dirigia-se com a esposa à portaria 2 do Condomínio Fazenda Boa Vista, no dia 25 de julho, quando passou em frente à residência de Brennand, que saía de casa de carro. O empresário, então, teria seguido o carro da vítima, proferindo xingamentos, até conseguiu fechar o veículo do funcionário na portaria 2.

De acordo com o depoimento de uma testemunha ouvida pelo Ministério Público, que trabalha como segurança do condomínio, Brennand já teria deixado seu carro alterado, partindo para cima de Augustinho e iniciando uma discussão. A testemunha afirmou que o empresário empurrou duas vezes o funcionário e o xingou várias vezes.

Na acusação, Augustinho e sua esposa afirmaram ter visto uma arma nas costas de Brennand. Já a testemunha disse não ter visto a arma, mas relatou que o empresário levou a mão várias vezes às costas, como se fosse pegar alguma coisa, como forma de ameaça.

No auto do processo, os promotores destacaram que "o denunciado parece revelar desprezo e desdém a quem, na visão dele, não ostenta a mesma condição econômico-financeira ou que esteja em qualquer situação de vulnerabilidade (como nos casos de violência a envolver as inúmeras vítimas mulheres)".

Brennand foi preso em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, no último dia 14, após as primeiras denúncias do Ministério Público. Ele era considerado foragido das autoridades brasileiras após ter a prisão preventiva decretada.

Depois de pagar fiança, ele foi liberado e, segundo seu advogado, não pode deixar o país sem informar a Justiça. Assim, Brennand vai responder a eventual processo de extradição em liberdade.

OS CRIMES

Brennand ficou conhecido em setembro após agredir a modelo Alliny Helena Gomes, 37, durante discussão em uma academia de ginástica na zona oeste de São Paulo.

Além disso, entre os supostos ataques investigados pela Promotoria estão de estupros a rituais para tatuar as vítimas com as iniciais do próprio nome, o mesmo acrônimo usado pelo empresário para marcar objetos.

A maior parte da lista de vítimas foi encaminhada ao Ministério Público pelo escritório de advocacia Janjacomo e por representantes do projeto Justiceiras, que trabalham juntos neste caso.

Segundo as entidades, as supostas vítimas relatam situações parecidas envolvendo o empresário, cárcere privado, sexo sem camisinha, agressões físicas e verbais, "stalking" (perseguição), além da marcação nas vítimas das iniciais TFV, de Thiago Fernandes Vieira.

No dia 14, o Ministério Público paulista formalizou uma segunda denúncia contra Brennand, agora relacionada a esses novos relatos. A Promotoria de Porto Feliz pediu a decretação de nova prisão preventiva, afirma que ele cometeu em uma mesma vítima cinco crimes: estupro, cárcere privado, tortura, lesão corporal de natureza gravíssima e coação no curso do processo.

No mesmo caso, ele também foi denunciado por suspeita de cometer três constrangimentos ilegais, quatro ameaças, registro não autorizado da intimidade sexual e oito divulgações de cena de estupro ou sexo.

A defesa do empresário sempre negou as acusações. Em vídeo publicado na internet, Brennand negou que estivesse fugindo. "Eu tô tranquilíssimo. Tinha algumas opções de países para onde ir", diz, sem especificar em qual país está. "Estou tranquilo onde estou. Não estou fugindo. Prisão ilegal? Quem que vai se submeter a um Estado de exceção?"

"Vocês mexeram com a pessoa errada. [...] Vocês morrem de inveja. Branco, heterossexual inegociável. Armamentista, óbvio. Conservador, sempre", completa.

O empresário afirma que as acusações fazem parte de uma conspiração contra ele e que a maioria das denúncias de crimes de estupro no Brasil é falsa.

 

Fonte: Folhapress (Claudinei Queiroz) 

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