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Estudantes deixam reitoria após entregarem lista com 20 reinvindicações sobre segurança

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Atualizada às 17h40

Após 5 horas de ocupação, estudantes deixaram a reitoria da Universidade Federal do Piauí (Ufpi) que ficou lotada de manifestantes que buscam, entre outras reivindicações, o reforço na segurança, inclusive com mulheres. No campus ocorreu o assassinato brutal da estudante Janaína Bezerra, encontrada também com sinais de violência sexual. 

Ao Cidadeverde.com, a reitora em exercício, Regilda Moreira, disse que foram apresentadas cerca de 20 reivindicações, as quais classificou como "justas". 

"Foi um momento que tivemos para ouví-los e acho que isso era necessário. Eles vieram, ficaram pacificamente, trouxeram as reivindicações, nós ouvimos e agora estamos em uma reunião para ver que respostas podemos dar a curto e médio prazo", disse a reitora em exercício. 

Segundo ela, entre as demandas apresentadas em documento estão a poda de árvores, a abertura das grades no campus, melhorias na iluminação e reforço na segurança com inclusão de mulheres. 

"Estamos solidários a eles e também estamos sofrendo. A universidade é de todos e precisamos dar uma resposta. A violência vem de forma crescente e chegou até à universidade, mas temos que trabalhar para que pare", enfatiza Regilda Moreira que também é pró- reitora de pós-graduação da Ufpi. 

Ao Cidadeverde.com, a reitora em exercício disse que é necessário resgatar a universidade como um espaço de ensino, pesquisa, convivência e troca de conhecimento.

Foto: Renato Andrade/Cidadeverde.com 

"É um local para a gente ser feliz, crescer enquanto pessoa, enquanto profissional. Quando eu entrei na universidade o mundo se abriu pra mim e eu quero que se abra para todos os jovens que querem passar por aqui. Nós todos, docentes, discentes, administração, técnicos, estamos imbuídos em fazer o melhor. Foi uma tragédia, mas precisamos tomar providências para que não ocorra mais", diz Moreira. 

Ela conta ainda que algumas das demandas serão resolvidas imediatamente e outras dependem do diálogo com outros entes públicos. 

"Outras soluções vamos ter que planejar e outras vamos ter que conversar com outros setores. Por exemplo, eles pedem que algumas linhas tenham um aumento da frota, mas isso preciso de uma interlocução com a Prefeitura de Teresina. Sobre os ônibus da Ufpi circular internamente, isso podemos resolver.  Vamos buscar dialógos para dar resposta também em relação à segurança, tomar medidas para difucultar ações que sejam violentas. As reinvindicações são justas. Algumas vamos responder agora; outras vai ser necessário um planejamento; outras vamos ter que buscar ajuda. Mas é nosso papel como instituição", finaliza a reitora em exercício.

Atualizada às 14h

A reunião entre os estudantes e representantes da Universidade Federal do Piauí (Ufpi) durou quase duas horas e terminou por volta das 13h30. Os alunos ocuparam a reitoria da universidade pedindo segurança no campus e medidas após a morte da estudante de jornalismo, Janaína Bezerra. 

Os estudantes decidiram continuar na reitoria e à tarde farão uma assembleia para deliberar sobre as pautas discutidas na reunião. 

“Pela primeira vez, a reitoria resolveu receber a gente. Não teve a participação do reitor Gildasio, que é uma pena, porque ele continua se omitindo das responsabilidades. Mas, a gente pensa que a partir de agora é um passo para que as demandas estudantis sejam ouvidas. Não vamos arredar o pé e é a luta estudantil que muda a realidade da universidade”, destacou Mariana Soares, do DCE.

Segundo Mariana, após a assembleia eles vão decidir os próximos passos sobre a ocupação na reitoria da Ufpi.

Matéria original

Manifestantes ocuparam por volta das 11h desta terça-feira (31)  a reitoria da Universidade Federal do Piauí (Ufpi).

Os estudantes faziam ato pedindo segurança no campus e contra a violência sofrida pela estudante de Comunicação, Janaína da Silva Bezerra, 21 anos, que foi morta no último sábado.

Os manifestantes pediram um diálogo com a reitoria e como não obtiveram resposta resolveram ocupar o local.

Cerca de 200 alunos estão no espaço da reitoria e sala de reunião e se revezam em um microfone cobrando demandas como mais segurança, novos horários de funcionamento e medidas para expulsão do principal suspeito da morte de Janaína Bezerra.

Policiais da Força Tática do 5º Batalhão estão no curso.  

O que os estudantes reivindicam: 

Segurança no campus e que os vigilantes tenham formação contra a lesbofobia, homofobia e racismo;  

Monitoramento de motos, principalmente à noite nas paradas de ônibus; 

Pede a retirada das grades entre campus ou ampliação do horário das 18h para às 22h; 

Policiamento não armado e que eles façam curso de formação de  direitos humanos e direitos raciais;

Seja criada uma ouvidoria exclusiva para denúncia de assédio na Ufpi.

Em rede social, o DCE informa a ocupação e afirma: “Queremos participar do Plano de Segurança da Universidade, queremos que o reitor venha conversar conosco”.

Mariana Soares, diretora do DCE, explicou que a ocupação tem como foco debater a falta de segurança e garantir que haja uma participação dos alunos no plano de segurança. 

“Queremos principalmente falar com o reitor. Uma aluna foi assassinada dentro do campus cruelmente e ele não apareceu para falar com os estudantes sobre a segurança da UFPI e essa segurança não se esgota só com segurança armada. Precisamos de um plano de segurança construído com os estudantes para que todos que estão dentro do campus possam estar seguros”, disse Mariana.

 

 

 

Uma aluna utilizou o microfone para dizer que os estudantes não estão invadindo a reitoria. 

“Estamos aqui porque o reitor está de férias. Entramos aqui porque não nos receberam antes. A mesa não está quebrada. O quadro dos reitores não está no chão. Colocamos nosso encaminhamento para a direção e queremos discutir”, disse uma representante dos alunos.

 

Em discurso aos alunos, a pró-reitora de ensino de Pós-graduação, Regilda Saraiva dos Reis Moreira Araújo, pediu calma, disse que entende a revolta e destacou que precisam trabalhar para melhorar a segurança na universidade.

“Precisamos agir o mais rápido possível para melhorar as condições da universidade, já participei do movimento estudantil, sou sensível a tudo isso. Janaína não tem culpa de nada que aconteceu. Estamos em um local para a construção do saber, sou mulher e essa violência foi em um local que não era para acontecer isso, e culminou nessa tragédia. Estamos aqui para trabalhar juntos. Não temos resposta para tudo, mas juntos vamos construir uma universidade para o melhor”, disse Regilda Reis, professora do curso de Nutrição.

 

 

Flash Yala Sena, Nataniel Lima e Graciane Araújo 
[email protected]
 

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