Em entrevista exclusiva exibida no Jornal do Piauí desta segunda-feira (1º), o agricultor Francisco das Chagas Alves de Sousa contou o drama vivido por ele e toda a sua família no desastre da barragem Algodões I, que rompeu na semana passada. Até hoje, sete mortes foram confirmadas, entre elas a de um cunhado, uma sobrinha, e a mãe de Francisco. As duas pessoas desaparecidas na região são a filha, um bebê de pouco mais de um ano, e uma sobrinha.

 

 

Raissa Alves dos Santos, de 1 anos e três meses, e a Taissa Alves dos Santos, de 9 anos, são as últimas pessoas ainda procuradas pelas equipes de busca. As chances de encontrá-las com vida são remotas, mas o sentimento do pai não o deixa acreditar nessa hipótese. "Eu tenho esperança", declarou.

 

Francisco Sousa relatou o drama vivido no dia da enxurrada. Ele contou que, ao perceber a enchente, a família correu para a igreja próxima em busca de abrigo, mas foram arrastados antes disso. O agricultor foi jogado contra uma cerca de arame, e conseguiu subir em um cajueiro. Porém, a força da água arrancou uma casa do chão, e a levou até a árvore, que também foi derrubada e levada pelo rio Pirangi.

 

Cerca de meia hora depois, Francisco conseguiu sair da água e procurar abrigo. Os parentes, no entanto, ele não sabia onde estavam. "Nessa hora eu perdi ela", disse o agricultor, ao falar da filha que procura todos os dias em meio ao cenário de destruição do rio Pirangi.