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Sentir raiva é um risco para cabeça e coração

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Uma experiência realizada na Southern California University e no Centro Médico Cedars-Sinai, nos EUA, mostrou que em indivíduos hipertensos as situações de estresse e raiva não provocam no fluxo sanguíneo mesmo efeito que essas situações geram nas pessoas com pressão arterial normal.

Em indivíduos saudáveis, a raiva e o estresse mental causam a dilatação da artéria carótida (que levam o sangue do coração para o cérebro) e aumentam o fluxo sanguíneo em toda a região cerebral. A pesquisa revelou que, nas pessoas hipertensas, o reflexo de dilatação não ocorre. Portanto, a situação de raiva não produz vasodilatação nem mudanças significativas no fluxo de sangue no cérebro.

De acordo com Tasneem Naqvi, um dos realizadores da pesquisa, a vasodilatação inadequada, ou a ausência de dilatação em resposta à situação de raiva ou estresse pode levar à isquemia do miocárdio (má irrigação do músculo cardíaco), aumentando os riscos de quem sofre de doença de coração, mesmo se o quadro estiver estável e controlado.

Para realizar a pesquisa, Tasneem Naqvi e seu colega Hahn Hyuhn avaliaram, por meio de ultra-som, a reatividade da artéria carótida e o comportamento do fluxo sanguíneo em resposta ao estresse.

Participaram da pesquisa dez voluntários saudáveis jovens (entre 19 e 27 anos), 20 voluntários saudáveis mais velhos (entre 38 e 60 anos) e 28 pacientes com quadro de hipertensão na faixa etária dos 38 aos 64 anos.

Durante a experiência, os voluntários foram submetidos a tarefas que provocam estresse mental, incluindo testes aritméticos e de leituras e simulações de situações que levam à raiva. Por meio das imagens de ultra-som, os pesquisadores mediram os efeitos das situações de estresse na artéria carótida e em uma artéria do cérebro. Ao mesmo tempo, foram medidas a pressão arterial e a frequência cardíaca dos participantes.

Já é sabido que, quando não há aumento do fluxo de sangue no cérebro durante atividades mentais, a cognição e o desempenho cerebral podem ser afetados. A descoberta da ausência de dilatação em resposta à raiva e ao estresse mental pode ajudar a identificar os indivíduos com maior risco de eventos cardiovasculares futuros.

Além das descobertas dos efeitos da raiva no fluxo sanguíneo, novos estudos têm mostrado que o sentimento causa mudanças elétricas no coração, que podem predizer arritmias futuras.

A raiva também pode causar o aumento de uma substância relacionado ao estreitamento das artérias, provocando doenças cardiovasculares. Segundo um estudo realizado na Universidade Duke, nos EUA, a raiva e outros fatores comportamentais e psicológicos podem ser os responsáveis por cerca de 50% dos ataques cardíacos em pessoas que não apresentam os fatores de risco tradicionais.

Fonte: Terra

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