Ele não sabe como ali chegou até que um telefone toca e várias regras são passadas em um discurso polifônico em que é apresentado a ele: deverá escrever um romance para conseguir sua liberdade, entretanto, somente conseguirá atingir o objetivo se um “júri” competente considerar sua criação uma obra-prima. Para tanto, ele terá uma vasta biblioteca para consulta – pois as vozes ao telefone acusam-no de ter pouca leitura. A outra opção para se ver livre é tentar decifrar inúmeros códigos que levariam anos e anos para ter sucesso.
Angustiado, o escritor parte para a criação de seu romance, mas logo se depara com o drama da ausência de criação. O tempo passa e seu desespero aumenta, sem contato com o mundo exterior e fechado em si próprio, fantasmas aparecem e o atormentam, revelando o inferno da criação.
A peça, baseada na obra de Armênio Vieira, tem direção de João Branco e fala do interminável momento de caos de um escritor, da atemporalidade do bloqueio criativo, da solidão a que isso reporta e que remete o escritor a ser uma ilha, isolado em um mundo de tantas possibilidades às quais não consegue atingir.
O Festluso, que tem o patrocínio da Oi e o apoio cultural do Oi Futuro e da Caixa Cultural, realiza sua segunda edição e acontece o período de 23 a 29 de agosto com apresentações gratuitas em vários pontos culturais de Teresina. Grupos teatrais de vários países como Portugal, Angola, Moçambique, Cabo Verde e Brasil também apresentarão seus espetáculos.