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Piauiense é vítima de médico acusado de abuso sexual

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Desde o dia 17 de agosto, quando o médico Roger Abdelmassih, de 65 anos, teve a prisão preventiva decretada, acusado de violentar sexualmente 61 ex-pacientes, denúncias contra ele não param de chegar à 1ª Delegacia da Mulher da capital paulista. Porém, o que mais chama a atenção da delegada Celi Paulino Carlota, que investiga o caso, é a quantidade de telefonemas de maridos de vítimas que ela tem recebido.
 
Entre as vítimas estaria uma piauiense, conforme matéria do jornal O Globo. "Fomos atrás de um sonho e encontramos um pesadelo", diz o empresário cujo nome foi preservado e que, junto com a mulher, procurarou a clínica de Abdelmassih em 2004. O casal que mora em Teresina  diz que ficou traumatizado com a violência do médico e por isso desistiu de ter filhos.
 

"No primeiro dia, o doutor Roger falou que a minha mulher, então com 24 anos, parecia miss", lembra o marido. Mas o pior teria acontecido quando ela estava sedada. "Ele a beijou no rosto, mesmo sabendo que eu a esperava no andar térreo", diz. Ele conta ainda que sua mulher chegou à recepção cambaleando e assustada. "Na hora, não acreditei no que ela dizia", descreve a fonte que afirma não ter terminado seu casamento porque o amor foi mais forte. "Mas tivemos brigas violentas e até hoje fazemos terapia", completa.

Segundo a delegada que investiga o caso, os maridos dizem que suas companheiras foram vítimas do doutor Roger e querem saber como formalizar a queixa contra o médico. A atitude dos esposos deixa Celi satisfeita. "Isso representa a quebra de um pensamento machista, de que a mulher que sofre abuso sexual poderia estar se insinuando para o agressor. Eles passam a acreditar nelas", afirma a delegada.

"Ele não pode ficar impune depois do mal que causou a tantas famílias. Aproveitou-se de um momento delicado, da fragilidade de quem está em busca de uma vida para agir de forma sórdida", afirma o empresário Celso Sebranic. Ele diz que sua mulher, Ivanilde, foi violentada duas vezes pelo médico, quando fazia tratamento para engravidar. Na primeira, ele teria tentado beijá-la à força. Na outra, ao voltar da sedação, ela teria visto o médico ao lado dela, com a calça arriada. O órgão sexual do médico estava nas mãos dela.

"Soube dos fatos algum tempo depois. Estávamos em nossa chácara, a mais de 150 quilômetros de São Paulo. Na hora, minha vontade era pegar o carro e invadir a clínica. Só não o denunciamos antes porque achávamos que, por ele ser famoso, ninguém acreditaria", diz o empresário que afirma não ter duvidado da mulher em nenhum momento. "Mas sei de muitos casais que se separaram ou hoje têm dúvidas em relação à paternidade de seus filhos", lamenta. Ele e Ivanilde procuraram outra clínica e tiveram trigêmeos.

Grade
O médico divide a carceragem do 40º Distrito Policial, no bairro de Vila Santa Maria, na zona norte da capital, com outros cinco presos. Ele teve o pedido de liberdade negado na Justiça paulista e no Superior Tribunal de Justiça. Na próxima semana, a defesa do médico deve entrar com recurso no Supremo Tribunal Federal. Mesmo que ganhe a liberdade, o médico está proibido de exercer a profissão. Ele teve o registro médico suspenso pelo Conselho Regional de Medicina de São Paulo, que instaurou 51 processos éticos contra Abdelmassih.
 
Fonte: O Globo
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