Só com a construção de casas, o Governo do Piauí está investindo R$ 9,1 milhões, de um montante de R$ 15 milhões, que estão sendo aplicados apenas em obras, não incluindo os gastos com certas básicas, que continuam sendo distribuídas regularmente entre as famílias cadastradas no município. Ao todo serão construídas 385 casas. “As obras estão aceleradas e esperamos entregar essas casas antes do Natal deste ano”, disse dona Rejane.
As casas que estão sendo construídas na agrovila Olho D’água ocupam um terreno de 20x50 metros e contam com dois quartos, sala, cozinha, banheiro e terraço coberto. “Essa casa é bem melhor do que a que a gente tinha antes do rompimento da barragem”, garante Francisco José Gomes, de 31 anos, que vivia da venda de cachorro quente e bata frita para sustentar os dois filhos. Hoje, ele faz parte do batalhão de 430 operários recrutados na própria comunidade, que trabalham na construção das novas moradias. O trabalhador ganha mais de um salário mínimo por mês, tem carreira profissional assinada e a certeza de que está construindo sua própria casa. “Tem hora que a gente se belisca, com medo de está sonhando, mas não é sonho não, é realidade”, disse.
Além da casa levada pelas águas da barragem Algodões I, Francisco Gomes perdeu todos os móveis e utensílios domésticos que possuía. Para repor a mobília, recebeu do Governo do Estado R$ 5 mil e comprou geladeira, TV, rack e vários outros objetos. “O dinheiro deu pra comprar até coisa que nunca tive na minha casa, como um beliche para as crianças e um DVD”, conta, animado.
Ela pediu a compreensão dos moradores, explicando que, infelizmente, não se constrói uma casa da noite para o dia, é preciso tempo. A secretária disse compreender a ansiedade das pessoas, que de repente perderam tudo o que haviam conseguido na vida, mas acredita que até o final do ano todas elas estarão na casa nova.
O prefeito de cocal, Fernando Sales, que acompanhou a secretária durante a visita, confirmou que as obras estão andando bem. “As estradas ainda não foram recuperadas em sua totalidade, mas uma boa parte delas já foi melhorada e estamos aguardando a chegada de mais duas máquinas que vão acelerar o serviço”.
Antes de retornar para Teresina, Rejane Dias visitou o depósito da Defesa Civil no município, de onde saem as cestas básicas e os kits limpeza para as famílias atendidas pelo Governo, e que é abastecido quinzenalmente. “Aqui nunca faltou comida. Desde o dia da tragédia que o governo mantém esse depósito abastecido e a distribuição é feita com regularidade”, diz Willame Menezes, membro da comissão de defesa civil do município.
Da Redação
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