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Invasão em morro do Rio partiu de presídio no Paraná, diz polícia

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As investigações do setor de inteligência da Polícia Civil apontam que a invasão no morro dos Macacos, na zona norte do Rio, foi articulada por chefes da facção CV (Comando Vermelho) que estão no presídio federal de segurança máxima de Catanduvas, no Paraná. A ação, na madrugada de sábado (17), resultou em confrontos entre traficantes e com a polícia. Ao menos 14 pessoas morreram e oito ficaram feridas.

Entre os presos em Catanduvas está Márcio dos Santos Nepomucemo, o Marcinho VP --ligado ao CV--, mas a polícia não divulgou os nomes dos criminosos que estariam envolvidos no planejamento do ataque.

Em disputa pelos pontos de venda de drogas, traficantes do morro São João --controlado pelo CV-- e aliados invadiram o morro dos Macacos, controlado pela ADA (Amigos dos Amigos). Após dois dias de confrontos, a madrugada desta segunda-feira foi tranquila no Rio. Não foram registrados novos tiroteios.

Na noite de domingo (18), policiais do Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais, da PM) localizaram dois corpos no morro São João. De acordo com a SSP (Secretaria de Segurança Pública), com esses novos corpos localizados, sobe para 14 o número de vítimas do confronto, entre eles dois policiais militares.

As buscas na mata no morro São João foram interrompidas durante a noite, devido à má visibilidade, e serão retomadas hoje para tentar localizar um terceiro corpo que estaria no local indicado por moradores por meio de denúncia anônima.

Cerco e possíveis invasões

A Polícia Militar mantém os cercos nos morros dos Macacos, Quieto, Matriz e São João. A operação deve continuar por tempo indeterminado para "evitar a fuga de criminosos que poderiam estar no interior dessas comunidades", informou a corporação em nota. No entanto, não estão descartadas operações em outros morros.

O secretário de Segurança Pública José Mariano Beltrame admitiu no domingo que podem ocorrer novas invasões de traficantes em favelas inimigas na região metropolitana do Rio. Embora tenha dito que a secretaria, PM e Polícia Civil estão se dedicando com sucesso a antecipar as incursões do tráfico, Beltrame afirmou que não há como dar garantias à população de que episódios não se repitam.

Durante os confrontos de sábado, um helicóptero da PM foi atingido por tiros; a aeronave explodiu após um pouso forçado, causando a morte de dois policiais.

Familiares de três mortos durante a onda de violência afirmam que eles são inocentes e foram baleados quando voltavam para casa, no morro dos Macacos, após uma festa. O comandante da PM do Rio reconheceu no domingo que pode haver mais inocentes entre as vítimas do confronto. Segundo ele, alguns dos mortos podem ter sido classificados equivocadamente como criminosos.

Recompensa

O Clube de Cabos e Soldados da Polícia Militar do Rio informou no domingo que será paga recompensa de R$ 2.000 a quem oferecer informações que levem a captura do responsável pela queda do helicóptero da PM sábado (17) durante confronto com traficantes no morro dos Macacos, zona norte do Rio.

Segundo o presidente da associação, Jorge Lobão, o valor da recompensa vem da receita da própria instituição e visa mobilizar a sociedade para reagir contra a violência. As denúncias podem ser feitas pelo telefone do clube --0/xx/21/2117-2000-- ou ainda pelo celular 0/xx/21/8181-7370. Até as 19h de hoje ainda não existia um balanço de denúncias recebidas sobre o caso.


Fonte: Folha

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