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Sem incentivo, piauiense é campeão de lançamento de dardo. Confira!

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No país do futebol já é menos incomum achar alguém com interesse em outros esportes. Mas ainda é raro encontrar os que se dedicam a modalidades pouco difundidas. Afinal, faltam profissionais, divulgação, ídolos. Por isso mesmo, cabe uma pergunta a uma das principais promessas do atletismo piauiense: o que fez Reynan Pereira Costa optar pelo inusitado Lançamento de Dardo?

Prata pela segunda vez nas Olimpíadas Escolares, o estudante do bairro São Joaquim, região das lagoas da zona norte, praticava atletismo aos 13 anos com o professor Sebastião dos Santos na Escola Municipal Antônio Gayoso. Depois de testar todas as atividades do esporte, descobriu que sua aptidão era o dardo, e não parou mais. Hoje, o piauiense é o segundo melhor do país em sua faixa etária, e com metas ousadas. Quem jamais havia passado dos 62 metros em competições oficiais pretendia alcançar 68m nos jogos escolares. A culpa foi de uma dor na região lombar.
 
Washington Alves/COB

Muita coisa na vida de Reynan é relativamente diferente. Seu principal ídolo é totalmente desconhecido no Brasil, mas são com vídeos do finlandês Tero Pitkämäki no Youtube que ele se inspira e aprimora sua técnica para lançar o dardo. Os treinos são na pista da Universidade Estadual do Piauí - Uespi -, e o rapaz de 16 anos pensa grande. Espera ser convocado para o primeiro Sul-Americano com a marca obtida nas Olimpíadas Escolares em Maringá/PR. Depois, o mundo pode ficar pequeno para os lançamentos, que já passam da marca do meio-de-campo em um gramado para futebol.

De origem humilde, o garoto que sequer sabia da existência da modalidade, já pensou em desistir por conta das dificuldades. O apoio para continuar veio de casa. "Já pensei em largar tudo, os treinos são pesados. Mas os meus pais, toda vez que eu chegava em casa com uma medalha, me incentivavam para não desistir", revelou o estudante do 2º ano do Ensino Médio, hoje na Unidade Escolar Edgar Tito.

Vice-campeão brasileiro Sub-17, Reynan Costa diz que aprendeu em Maringá 90% das coisas que sabe hoje, e vive cada competição como algo inédito. Ele lembra já ter chorado de raiva quando não conseguiu repetir nas competições o resultado dos treinos, que já estão pedindo um novo dardo. O adquirido ainda em 2005 já precisou ser soldado três vezes - quebrou as duas últimas nos treinamentos para a prata nas Olimpíadas Escolares. O custo elevado do equipamento ele compensa com dardos de bambu, comprados por R$ 500, um terço do valor de um equipamento profissional importado.
 

Depois da prata em Maringá, o campeão do Piauí de um esporte que os piauienses praticamente desconhecem já tem metas: fazer exames na coluna, que apresentou dores durante o torneio, e pensar em 2010. Depois, quem sabe, até Rio 2016.

Fábio Lima (direto das Olimpíadas Escolares em Maringá/PR)
[email protected]

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