O projeto “Escola Integrada”, que pretende manter os alunos das escolas públicas do Piauí em período integral tem gerado divergência de opiniões. No caso do Liceu Piauiense, o embate entre a Secretaria de Educação do Estado (Seduc) e os professores sobre o assunto ganhou um novo capítulo na tarde desta terça-feira (17).
Cerca de mil alunos uniram-se aos professores do instituto público para protestar contra obras de adaptação inadequadas que estão sendo feitas no local. Segundo informações dos manifestantes, a construção de um suposto refeitório é indevida, uma vez que a construtora Sepel, responsável pelo projeto, não tem autorização dos órgãos competentes. Aproximadamente 5 árvores de mais de 160 anos já foram derrubadas sem permissão. Agentes da Prefeitura estiveram no local e ordenaram o embargo imediato da obra.
Fotos: Mário Melo/Cidadeverde.com
Fiscais da Prefeitura embargam a obra
Àrvores foram arrancadas por conta da obra
Para a professora do Liceu, Aurilene Barbosa, não há discordância em relação ao “Escola Integrada”, o problema é forma com que ele está sendo implantado. “Estamos vivendo um momento de terrorismo no Liceu porque a Seduc está impondo a implantação do projeto. Tem que ser feita uma reavaliação”, disse Aurilene.
A mesma posição da professora é compartilhada pelo Sinte-PI (Sindicato dos Trabalhadores da Educação do Piauí), de acordo com a presidente Odeni de Jesus. “Os professores, de forma geral, apóiam e dão crédito ao ‘Escola Integrada’. Só não somos a favor de imposições. Os professores não foram consultados e é isso o que queremos: conversa, diálogo”, afirma a presidente.
Atualmente, o Liceu atende a 2.400 alunos. Dados do Sindicato, dão conta de que com a implantação do “Escola Integrada” esse número cairia para 800. A redução também afetaria os professores, que passariam de 120 para 40.
A Superintendência de Gestão da Seduc esclarece que quanto ao embargo da obra,a informação do setor de engenharia é de que a Constrtutora não registrou na prefeitura os documentos necessários para expedição do Alvará ou não efetuou o protocolo. Quanto ao corte de arvores, não é do conhecimento da superintendência que arvores centenárias (oitis) tenham sido cortadas, mesmo assim a Seduc se propõe a plantar árvores frutíferas no lugar daquelas que foram cortadas por causa da obra.
Em nota, a Superintendencia Institucional informa que têm realizado constantes reuniões com toda a comunidade escolar, inclusive divulgada pelos meios de comunicação, explicando detalhadamente sobre o processo e afirma que não há terrorismo e nem imposição por parte da Secretaria como teriam dito os professores.
Flash de Mário Melo
Redação de Naruna Brito
Especial para o Cidadeverde.com