Mais do que aumentar as vendas de eletrodomésticos da linha branca neste Natal, a manutenção da redução do imposto sobre produtos industrializados (IPI) fará com que o consumidor ganhe mais conhecimento sobre aparelhos "verdes", aqueles que causam menos prejuízo ao meio ambiente tanto ao serem produzidos quanto ao serem usados.
"É o início de um ciclo que deve ser potencializado nos próximos anos, com um consumidor mais consciente e produtores em busca de incentivos para apostarem nas linhas ecológicas", afirma Fábio Pina, economista da Fecomercio.
Segundo Pina, esse não será exatamente o "Natal da linha branca, porque eletrodomésticos não são presentes tradicionais", mas o aumento das vendas desses produtos de agora até 25 de dezembro é inevitável.
"O preço mais baixo dá elasticidade ao consumo", diz Pina. "Também tem um efeito psicológico: as pessoas podem até não adquirir um aparelho amigável ao meio ambiente agora, mas vão se lembrar que valiam a pena. Pode gerar uma compra futura."
De pesquisa da Fecomércio, no primeiro Natal pós-crise, 33% dos empresários de São Paulo planejam aumentar as encomendas para as festas de fim de ano. Em relação aos estoques no varejo, 39% dizem que será maior e 44% responderam que será igual ao do Natal do ano passado.
A classe social C será o alvo preferencial das lojas. Mais de 65% dos empresários vão trabalhar com produtos direcionados a ela, 43% para a classe B e 24% para as classes D e E. Segundo Pina, a maioria das empresas mira nas classes B e C porque o público A é muito restrito. As classes D e E, por sua vez, têm rendas médias ainda muito baixas, o que inviabiliza um volume de negócios muito amplo.
Para trabalhar com produtos voltados principalmente à classe C, os empresários planejam apostar em parcelamentos. Como se trata de capital próprio a maioria das empresas (64%) vão oferecer parcelamento de três vezes sem juros. Já 37% vão oferecer mais de três vezes, com pouco envolvimento de financiamento tradicional (via banco ou financeira vinculada à loja), estima a Fecomércio.
"Em todos os gastos com maior dispêndio, o crediário entra como fator fundamental. Mas o recebimento do 13° salário afeta todas as classes e será um efeito alavancador do consumo", afirma Juracy Parente, coordenador do Centro de Excelência em Varejo da EAESP-FGV.
Fonte: último segundo