Atualizada às 13h30
Operários da empresa Geotech, que faz o serviço de manutenção da barragem de Piracuruca, dizem que em um mês gastaram mil sacos de cimento na concretação de fissuras na parede do sangradouro. Num raio X feito há três meses, a equipe da empresa constatou a existência de várias rachaduras internas na parede do sangrador do reservatório que agora estão sendo reparados.
Na parte exterior da parede, que possui 15 metros de largura por 15 de comprimento, é possível constatar pequenos locais por onde escorre água. Há inclusive pequenas plantas e musgos ao longo da mesma.
Fotos: Carlos Lustosa Filho/CidadeVerde.com
Lodo e plantas na base da barreira do sangrador mostram
que vazamentos ocorrem há algum tempo.
Para sanar estes problemas e evitar que uma catástrofe similar à da Barragem de Algodões I aconteça, estão sendo feitos furos de 15 metros de profundidade ao longo da largura da parede. Os buracos são cheios com a massa a base de cimento, tapando uma grande fissura localizada na parte mais próxima da água e fortalecendo a base da barragem. Ao todo, já foram feitos mais de 200 furos.
Parede lateral da barragem Piracuruca onde está localizada a comporta.
A comporta da barragem está aberta para liberar e ajudar a reduzir o volume de água. Segundo os operários, a medida facilita o trabalho já que nas primeiras aplicações de cimento na parede do sangrador, a água subia pelos buracos que eram feitos.
Esta é a primeira operação de recuperação da maior barragem do Piauí, com 250 milhões de metros cúbicos de água, desde a inauguração da mesma na primeira metade da década de 1990.
Sem medo
A dona de casa Maria Iracema de Cerqueira, 49 anos, que mora às margens da barragem há cinco anos, afirma que não tem medo de que a mesma rompa e que estes pequenos vazamentos no sangrador são normais. "Depois que rompeu a barragem de Cocal, muita gente veio aqui com medo. Teve pessoas que disseram que iam até se mudar de Piracuruca! Eu nunca tive medo. Isso são só uns vazamentoszinhos... E eles já estão ajeitando", descreve a senhora enquanto lava roupa calmamente no pequeno lago que se formou abaixo do sangrador.
O local foi bastante atingido pelas águas das últimas cheias e boa parte das margens do local caiu, trazendo inúmeras pedras para o lugar onde antes só havia piçarra, segundo dona Iracema.
