Há algumas semanas a Fundação Municipal de Saúde (FMS) colocou em prática a Central de Marcação de Consultas e Exames para organizar o atendimento do SUS em Teresina. Com a inclusão dos hospitais estaduais na Central, pacientes do Maranhão ficaram impedidos de realizar consultas e exames na capital piauiense.

 

Segundo o presidente da FMS, Firmino Filho, cidades maranhenses como Timon e o próprio governo do Estado, não quiseram assinar a pactuação e gerou esse impedimento.

 

 

A pactuação é um acordo, no qual o Maranhão, tanto Estado como municípios repassariam os recursos do SUS para que o sistema em Teresina, atendesse seus pacientes, mas o governo maranhense não teria concordado.

 

“Com a efetivação do Central de Marcação, inclusive nos hospitais estaduais em Teresina, os pacientes maranhenses começaram a serem recusados. Só com pacientes do Maranhão são gastos R$ 17 milhões por mês e não temos o retorno, porque não há o repasse. A Central moralizou esse atendimento”, destacou Firmino Filho.

 

O presidente argumenta, que isso é necessário para que os teresinenses e piauienses, que o SUS da capital tem o dever de atender, terão um atendimento mais eficaz. “Agora, a dona Maria lá da Vila da Paz, não vai precisar ir no HGV [Hospital Getúlio Vargas] para marcar a consulta, ou ligar para aquele disque consulta. Ela será atendida, fará os exames, será internada e marcará a cirurgia tudo pela Central”, exemplificou.

 

 

Firmino enfatiza que não tem interesse em prejudicar pacientes do Maranhão e que a cidade tem condições de atender os pacientes do Maranhão, desde que haja a pactuação e os recursos seja repassados. “Quando eles viram que não era brincadeira, apesar de já termos avisado e tentado fazer o acordo antes do funcionamento da Central, que agora é para valer, querem conversar. Estamos dispostos a esta conversa, seja com o secretário de saúde de Timon ou do Estado, mas não vamos permitir que pacientes do Piauí sejam prejudicados por conta dos atendimentos do Maranhão”, afirmou.

 

Uma outra novidade que está sendo implantada no Sistema Único de Saúde em Teresina é o pacote de regulação. Segundo o presidente da FMS, só serão feitas cirurgias pelo Sistema se a movimentação do paciente, desde a consulta, tenha sido feito pelo SUS.

 

Essa regulação quer acabar com o “fura fila”. “Não será mais aceito aquele paciente que se consulta e faze exames pelo plano econômico e na hora da cirurgia correm para o SUS, atrapalhando a dona Maria lá da Vila da Paz, que está na fila aguardando para a mesma operação. Esse ‘fura fila’ não será mais aceito e muitos desses vinham do Maranhão”, finalizou.