Com o maior apetite dos investidores por ativos mais arriscados - após os indicadores positivos da economia no exterior e o arrefecimento dos receios sobre a moratória de Dubai - , o dólar comercial marcou hoje a maior queda em cinco meses. Em baixa desde a abertura da sessão, a divisa encerrou a jornada cotada a R$ 1,721 para compra e a R$ 1,723 para venda, com desvalorização de 1,77% - a maior baixa desde o dia 1 de julho, quando perdeu 1,78% ante o real.

O dólar futuro, com vencimento em janeiro, também reflete a tendência de desvalorização e registrava queda de 1,98% há pouco, para R$ 1,731 na venda. O Banco Central (BC) ainda tentou conter o avanço do real e comprou dólares a R$ 1,7258 em leilão iniciado às 14h50 e encerrado às 15h00.

Luiz Antonio Abdo, gerente da mesa de câmbio da Souza Barros, diz que o movimento acompanha a desvalorização do dólar no mercado internacional de divisas, em um dia em que os agentes ganharam confiança para apostar mais em commodities e ações. Ele acrescenta que a informação de um importante ingresso de dólares correu as mesas de câmbio na parte da manhã e ajudou a pressionar a moeda americana para baixo.

A melhora na percepção de riscos reflete tanto os bons números da economia divulgados ao longo do dia como a notícia de que a Dubai World iniciou conversas com os bancos para reestruturar cerca de US$ 26 bilhões de sua dívida estimada em aproximadamente US$ 60 bilhões. " O mercado já acredita que essa crise em Dubai foi superada " , afirma Abdo.

Já entre os principais indicadores reportados hoje, a expansão de 3,7% nas vendas pendentes de imóveis nos Estados Unidos em outubro permitiu um ambiente favorável aos negócios em bolsas de valores. Os investidores também reagiram positivamente a dados sobre a queda no nível de desemprego na Alemanha, além do avanço do índice que mede a atividade manufatureira da zona do euro, que cravou o maior nível em 20 meses.

Fonte: Valor Online