A secretária estadual de administração Regina Sousa declarou nesta sexta (11) que a proposta de reajuste de 271% pedida pelos médicos do Piauí é inviável. Após uma reunir entre Estado e representantes da categoria, foi formada uma comissão para estudar a possível incorporação ao salário de uma das gratificações recebidas pelos profissionais.
“Poucos médicos no Piauí realmente estão ganhando o piso, a maioria ganha bem mais, os que ganham o piso de R$ 1.010 são os que entraram agora em concurso. Não é viável o aumento que estão pedindo. O que pode ser feito é formar uma comissão para estudar a gratificação no piso dos médicos. Tem médico que ganha R$ 200 de produtividade a mais no salário, mas outros que ganham até R$ 14 mil”, exemplifica a secretária.
A diferença exorbitante estaria entre aqueles profissionais que fazem apenas consultas e os que fazem cirurgias complexas. A produtividade é paga pelo Sistema Único de Saúde com recursos federais. Entretanto, para que este valor possa ser incorporado, será feito um estudo de constitucionalidade, segundo Regina Sousa.
A secretária diz ainda que um outro motivo para não conceder o aumento é a implantação em agosto deste ano do plano de cargos e salários da categoria. “Existem médicos aposentados que ganhavam R$ 500 que após serem incluídos no plano estão ganhando cerca de R$ 4 mil”, diz Sousa. Ela acrescenta que em 2010 só haverá o reajuste normal, baseado na inflação, já previsto no orçamento para os servidores.
Sem remédio
O presidente do sindicato dos médicos, Leonardo Eulálio de Araújo Lima, rebate as informações da secretária e diz que reajuste de 271% dividido em 6 vezes é possível. Ele afirma ainda que haja uma debandada destes profissionais de saúde caso sua proposta não seja aceita.
“A Regina parece ser inocente, mas é viável sim o que nós pedimos. Minha preocupação é que cheguemos ao ponto que aconteceu em Pernambuco e Alagoas, onde os médicos pediram demissão em massa”, declara. Às 19h desta sexta será realizada uma assembleia na categoria.
Flash de Caroline Oliveira
Redação Carlos Lustosa Filho
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