Cidadeverde.com

Baixa do petróleo pode levar à redução do preço da gasolina no país

Imprimir

O preço do petróleo fechou em baixa pelo oitavo pregão consecutiva em Nova York, atingindo os US$ 69,87. Foi a primeira vez em dois meses que a cotação fica abaixo dos US$ 70 por barril, cenário que reabre a temporada de apostas por redução nos preços da gasolina e do diesel no País. Os dois produtos já estão há mais de um ano com valores acima das cotações internacionais e, segundo analistas, a defasagem hoje supera 14% na gasolina e 18% no diesel.



"Nosso cenário para a trajetória das cotações do petróleo e da taxa da câmbio (real x dólar) para o próximo ano sugere uma probabilidade não desprezível de reajuste negativo nos preços da gasolina e do diesel praticados pelas refinarias nacionais", afirmam os analistas da Tendências Walter de Vitto e Camila Saito, em relatório distribuído na quarta-feira. Para eles, a probabilidade maior é de que o reajuste seja feito no segundo semestre.



O documento, porém, foi elaborado em um cenário de alta das cotações, revertido a partir do final da semana. Ontem, o mercado de petróleo começou a sentir os efeitos de dados positivos sobre a economia americana - que, segundo analistas, podem antecipar um movimento de alta de juros na maior economia do mundo, recuperando o valor do dólar. Uma cotação abaixo dos US$ 70 não ocorria desde 29 de setembro.



O petróleo chegou a bater US$ 82 em outubro, criando a falsa impressão de recuperação do mercado, mas desde então já caiu 13%. Segundo relatório do banco Barclays, o consumo de combustíveis nos Estados Unidos caiu 20% no ano. Para os analistas do banco, a demanda está "pouco inspirada", diante de um inverno de temperaturas amenas e demora na recuperação da atividade econômica. A variação, portanto, tem sido mais creditada ao câmbio.



A Tendências projeta, para o próximo ano, que as cotações oscilem entre US$ 70 e US$ 75 por barril, patamar que justifica reduções nos preços internos dos combustíveis. A consultoria calcula que, na terça-feira, gasolina e diesel estavam, respectivamente, 14% e 20% acima das cotações norte-americanas. Cálculos do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE) apontam para dados semelhantes: 12% e 18%.



A Petrobrás diz que sua política de preços observa a paridade no longo prazo com o mercado internacional. Em novembro, o diretor financeiro da companhia apresentou gráfico indicando que as cotações internas estão acima das internacionais desde outubro de 2008, quando o preço começou a cair.



Em junho, a empresa promoveu redução nos preços, mas não foi suficiente para equipará-los às cotações internacionais. A política visa a garantir recuperação das perdas obtidas no período de alta. "A Petrobrás já recuperou R$ 1,6 bilhão", diz o diretor do CBIE, Adriano Pires, que também aposta em redução de preços no ano que vem.

Fonte: estadao

Você pode receber direto no seu WhatsApp as principais notícias do CidadeVerde.com
Siga nas redes sociais