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Desistência de Aécio faz partidos mudarem estratégia para eleições

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A decisão do governador de Minas Gerais, Aécio Neves, de se afastar da disputa à pré-candidatura pelo PSDB à Presidência da República mexeu com o tabuleiro da sucessão nos partidos envolvidos diretamente na campanha presidencial. O PSB, que tem o deputado Ciro Gomes (CE) como pré-candidato, já prepara uma ofensiva no segundo maior colégio eleitoral do país com o objetivo de melhorar a situação do parlamentar nas pesquisas.

“Estamos convictos de que haverá uma reação de parte da população que apostava na candidatura de Aécio Neves e, agora, se sente novamente afastada das decisões da política nacional desde 1955”, disse à Agência Brasil o vice-presidente nacional do PSB, Roberto Amaral. Ele acrescentou que o partido já vem fazendo “intervenções políticas e táticas” para ocupar ao máximo o espaço deixado por Aécio Neves em Minas Gerais.

No PSB, a avaliação é de que dificilmente o governador aceite ser candidato a vice-presidente numa eventual dobradinha com José Serra, governador de São Paulo. Roberto Amaral acrescentou que, com a decisão anunciada na semana passada, mesmo que Aécio Neves se integre à campanha de Serra, “não conseguirá desfazer a convicção de parte da população que se sente desassistida e desamparada por ele”.

Já no PT, a palavra de ordem é prudência e o partido continuará a trabalhar com dois cenários nas pesquisas de opinião até junho, quando serão realizadas as convenções nacionais: uma com a candidatura tucana de Aécio Neves e outra com a de José Serra. “Caso o Serra comece a ficar preocupado com o seu desempenho nas pesquisas e decida ser candidato à reeleição por São Paulo, o PSDB, se conversar bem com o Aécio, acredito que ele reveja sua posição e saia candidato”, disse o presidente do PT, Ricardo Berzoini (SP).

Outra estratégia para alavancar a candidatura de Dilma Rousseff em Minas Gerais é trabalhar ao máximo a formalização da coligação PT-PMDB no estado. Nesse sentido, Berzoini afirmou que no início de março os dois partidos se reunirão para analisar qual dos pré-candidatos ao governo mineiro tem melhor condição de se eleger. O sonho do PT é trabalhar uma aliança que possa unir os  petistas Patrus Ananias e Fernando Pimentel e os peemedebistas Hélio Costa e José Alencar, que deixaria a Vice-Presidência para candidatar-se a uma vaga ao Senado.

Amigo pessoal do governador de Minas, o ministro do Trabalho e representante do PDT no governo, Carlos Lupi, avalia que só em março será possível ter um cenário claro sobre como caminhará o PSDB na sucessão presidencial. “Não está nada definitivo. O Aécio deu um xeque-mate e não vejo, pelo que tenho conversado com ele, a disposição de ser vice do governador Serra. Ele vai esperar e, até março, se dedicar à campanha do Anastásia [Antonio Augusto Anastásia, vice-governador] ao governo de Minas”.

No PSDB, o movimento é para, a partir de janeiro, tentar ao máximo um processo de aproximação entre José Serra e Aécio Neves para tentar o que o partido chama de chapa "puro-sangue". A vice-presidente do partido, Marisa Serrano (MS), ressaltou que caberá ao presidente tucano, Sérgio Guerra (PE), conduzir pessoalmente esse processo, já que tem bom trânsito com os dois e, por isso, “será a válvula mestra nessa costura”.

O DEM, aliado tradicional, apenas acompanha o desenrolar da costura interna entre os tucanos. “Trabalhamos com uma perspectiva de vitória. Não há, no partido, a ambição de indicar o vice-presidente, mas de colaborar com a possibilidade real de elegermos o presidente”, afirmou o líder do partido no Senado, José Agripino Maia (RN).
 
Fonte: Agência Brasil

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