O promotor Meton Filho declarou hoje que verificou pessoalmente as denúncias de tortura contra 10 presos da Penitenciária de Picos, que teriam ocorrido na semana passada, durante tentativa de rebelião.

Segundo o promotor, após a tentativa de rebelião, os presos foram transferidos para a Casa de Custódia. "Eu fui lá pessoalmente, na sexta-feira, e constatei. Foi feito exame de corpo de delito e o resultado também apontou sinais de tortura, localizados principalmente entre as duas omoplatas [ossos das costas] dos presos. Vamos ter outro processo de tortura na comarca de Picos", explica Meton.

As torturas teriam sido praticadas por agentes penitenciários. Os presos alegaram ao promotor que foram torturados sem motivação.

Inquéritos

O Ministério Público Estadual provocou a realização de uma reunião na tarde de hoje para que a Secretaria de Justiça, Polícia Militar e outros órgãos envolvidos na confecção de inquéritos policiais entrem em acordo quanto a mudanças, na tentativa de uniformizar os documentos.

"Estamos com um ano de implementada a Central de Inquéritos, que deveria servir para melhorar, mas ainda enfrentamos problemas. Entre outros casos, é muito comum que o bandido seja preso e apresente identidade falsificada. É muito comum também que policiais militares, que atendem a 98% das ocorrências criminais, não preservem a cena do crime. São muitas coisas que prejudicam o trabalho do Ministério Público ao oferecer as denúncias", explica Meton.

Da reunião deve sair um termo de ajustamento de conduta, em que cada órgão se comprometerá em cumprir seu papel na confecção dos inquéritos.

Leilane Nunes
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