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Teresina é a única capital que registra queda de dengue no país

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Teresina está na contramão das outras capitais brasileiras em relação à dengue. Enquanto o número de casos aumenta no resto do País ano após ano, a capital do Piauí registra queda substancial no percentual de ocorrências a partir de 2008, chegando aos primeiros cinco meses de 2010 a menos de 50 casos por 100 mil habitantes e já registra uma queda de mais de 60% em comparação ao mesmo período do ano passado.

A informação é do pesquisador e sanitarista Almério de Castro Gomes, doutor em saúde pública pela Universidade de São Paulo, instituição da qual é professor titular na Faculdade de Saúde Pública.

“Teresina registra uma situação inédita no País, pois enquanto o número de casos de dengue cresce em todas as outras capitais, esta cidade, ao contrário, surpreende e, além de implementar o modelo de controle determinado pelo Ministério da Saúde, abraça uma metodologia científica por nós elaborada para o enfrentamento do mosquito Aedes aegypti”, acentua o cientista.

"Estamos no caminho certo, mas qualquer relaxamento, por menor que seja, é suficiente para que o mosquito se prolifere rapidamente, causando estragos difíceis de controlar”, alerta o pesquisador, acrescentando que a luta deve ser permanente e de responsabilidade tanto do poder público como da população de um modo geral.

Há três anos, Almério Gomes vem dando suporte às ações de combate e controle da epidemia em Teresina, onde supervisiona o trabalho de eliminação de focos e de infestação do mosquito através de projeto por ele criado que envolve a adoção de aspiradores e da armadilha adultrap, que consegue atrair os mosquitos, entre os quais as fêmeas do Aedes aegypti, que transporta o vírus transmissor.

Meta - “Estamos alcançando a nossa meta, que era, em três anos, sair de 635 casos de dengue por 100 mil habitantes, como ocorreu em 2007, para 50 por 100 mil, e isso estamos conseguindo”, enfatiza o professor. “Mas não estamos satisfeitos, pois se o nosso objetivo era prevenir e controlar a epidemia, agora não queremos mais nem saber de epidemia e, para isso, vamos trabalhar para implantar a vigilância e controle da doença”, revela Almério Gomes.

O acompanhamento que é realizado sistematicamente para observar a infestação do mosquito por imóveis, por cada área e cada bairro, de acordo com o professor, possibilita a aplicação de medidas em tempo real, interferindo na circulação do vetor. Nesse caso, a aspiração assume papel importante na eliminação do mosquito, impactando mais no bloqueio da circulação viral, refletindo na redução dos casos da doença.

“Não podemos deixar de ressaltar a determinação das equipes que formam o Serviço de Zoonoses, que assimilaram a necessidade de unir forças para enfrentar o mosquito, a colaboração da imprensa e da sociedade de um modo geral, que atende ao chamamento, participa dos mutirões e acata as medidas que devem ser adotadas, pois o ambiente é cada um de nós, e se não queremos que o mosquito entre em nosso ambiente, vamos evitar que isso ocorra, com ações simples, mas eficazes, como não permitir o acúmulo de água em locais ou recipientes desprotegidos que possam servir de criadouros”, declara Almério Gomes.         


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