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Tesoureiro diz que campanha de Serra será mais de R$ 100 milhões

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Confirmado para comandar a tesouraria da campanha presidencial do tucano José Serra, o ex-ministro José Gregori calcula um orçamento mínimo elevado para a disputa de 2010: “A campanha não ficará por menos de R$ 100 milhões. Nenhuma das campanhas ficará por menos disso”, disse Gregori ao iG. Pelas contas do ex-ministro, uma fatia de 60% desse montante será destinada à publicidade. Os outros 40% serão gastos com locomoção e distribuição do material de campanha.


“Estamos estudando contratar uma empresa especializada como terceira para cuidar dessa parte, porque a quantidade de papel é imensa”, adiantou. Além de organizar as notas, a empresa ficaria responsável por uma auditoria prévia, fiscalizando cada nota fiscal recebida. Gregori também afirmou que está avaliando se a campanha abrirá uma conta em banco privado ou público. “Provavelmente será um banco público”, disse.


O gasto previsto por Gregori para a eleição deste é bem maior que a despesa contabilizada pela campanha de Serra em 2002, de R$ 34,7 milhões. Em 2006, o então candidato tucano Geraldo Alckmin declarou gastos da ordem de R$ 81,9 milhões. O salto nas contas de campanha entre 2002 e 2006 costuma ser explicado por especialistas, em parte, pela eclosão do escândalo do mensalão, em 2005. A crise ajudou a reduzir a prática do caixa 2 nas campanhas eleitorais.


Na esteira dos escândalos de corrupção que envolveram tesoureiros do PT, a ordem no PSDB foi preencher a vaga com um nome de confiança e com experiência. Gregori, que foi ministro da Justiça no governo Fernando Henrique Cardoso, já cuidou das contas de duas outras campanhas de Serra – para a prefeitura, em 2004, e para o governo paulista, em 2006. “Eu fui escolhido como tesoureiro porque eu tenho uma pobreza honrada. Por 40 anos, eu convivi com as pessoas mais importantes do País e não tirei proveito pessoal”, diz Gregori.


Do ponto de vista formal, é o ex-ministro quem comandará a tesouraria. Mas o papel de coordenador da arrecadação coube a Sérgio Freitas, ex-vice-presidente do Banco Itaú. Além de discreto e com bom trânsito no meio empresarial, Freitas tem o currículo livre de denúncias. Nos bastidores, os tucanos Márcio Fortes, Andrea Matarazzo e Eduardo Jorge Caldas Pereira também devem ajudar informalmente na arrecadação. Gregori admite que terá uma participação mais passiva, mas irá assinar os balanços da campanha. “O Sergio Freitas terá uma posição sistematizada”, afirmou.


Amigo de Serra há 25 anos, Sérgio Freitas foi secretário de Fazenda da Prefeitura de São Paulo na gestão de Olavo Setúbal. Atualmente, preside o Conselho do Centro Cultural Catavento, órgão ligado à Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo, pasta chefiada por Matarazzo. Seu nome foi escolhido depois de muita movimentação política no PSDB. Em 2002, o chefe da arrecadação de Serra na disputa presidencial foi Márcio Fortes. Este ano, porém, ele foi escalado para ser candidato a vice-governador de Fernando Gabeira (PV) no Rio de Janeiro, e para garantir palanque a Serra no Estado.


Apesar de todos os partidos já terem se lançado na busca por doações, Gregori afirma que esse esforço ainda não teve início no PSDB. “Estamos na fase de retomada de contatos”, disse o tesoureiro. Segundo ele, empresas que costumam doar para campanhas tucanas devem contribuir novamente este ano. Gregori afirmou que apenas duas empresas já o procuraram demonstrando interesse em colaborar com a campanha de Serra: uma do setor de petróleo e outra de financiamento agrícola.


José Gregori é secretário de Direitos Humanos da Prefeitura de São Paulo e ganha R$ 5.344l por mês. Ele continuará no cargo porque não vê conflito de interesse entre as duas funções. “A legislação eleitoral é muito difícil de trabalhar, mas tem que ser cumprida. (...) As nossas contas são virginais”, afirma, sobre a transparência da prestação de contas do PSDB.


Fonte: Último Segundo

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