Depois de anular o jubilamento de dois mil estudantes, a Universidade Federal do Piauí - UFPI - saiu em defesa do cumprimento do regimento interno, que determina a saída de alunos que reprovaram três ou mais disciplinas. O Diretório Central dos Estudantes - DCE - conseguiu decisão judicial após alegar que os mesmos não tiveram direito a ampla defesa. A UFPI quer analisar cada caso e, se possível, confirmar a expulsão de alguns discentes para melhorar o ensino. 

"Cada estudante é mantido pela sociedade, já que é esta que custeia os gastos das universidades públicas. Cada aluno custa por ano para a UFPI R$9.600. Temos casos de pessoas que passam mais de 20 anos dentro da instituição, implicando negativamente na matriz do financiamento recebido pela instituição, bem como impedindo que novos alunos tenham a oportunidade de ingressar num curso superior", diz Antônio José Gomes, Pró-Reitor de Ensino e Graduação. 

"Em universidades vizinhas como a Universidade Federal de Pernambuco, por exemplo, o aluno só pode ser reprovado na matéria uma vez, enquanto nosso regimento interno proporciona mais uma chance a essas pessoas", acrescentou.

De acordo com o pró-reitor, a taxa de sucesso na graduação da UFPI é de 59%, e isso a torna menos forte para brigar por recursos. "Ou seja, de cada cem alunos que entram na universidade, concluem o curso, em média, apenas 59. Ao passo que em algumas instituições federais, esse índice já atinge cerca de 80%. Isso impede que a UFPI seja mais competitiva, inclusive para garantir mais recursos financeiros", declarou Gomes.

A UFPI marcou datas para a matrícula dos alunos que haviam sido excluídos. "Estamos garantindo que eles se matriculem e possam se defender. Num próximo momento a Procuradoria Federal da Universidade vai avaliar como iremos nos comportar no sentido de garantir a defesa dos direito de todos, inclusive dos que querem entrar na UFPI e dos que já estão aqui e se esforçam para concluir seu curso", concluiu o pró-reitor.