O candidato Sílvio Mendes (PSDB) comentou hoje no Jornal do Piauí a possiblidade de disputar o 2º turno nestas eleições e o uso da imagem do presidente Lula pelos seus adversários. Além disso, ele voltou a atacar o governador Wilson Martins (PSB) e criticou o não pagamento de serviços e obras.

Para o tucano, é inegável o "apoio exuberante" de Lula, mas "o que não pode é a transferência de responsabilidades". Sílvio explica que a vinculação das imagens à de Lula é nagtiva no sentido de que não é Lula quem vai governar.

"Ele influencia as pessoas que não param para pensar. O apoio do presidente Lula é exuberante. O que não pode é substituir o candidato pelo Lula. A gente não substitui as pessoas porque é até uma forma de transferir responsabilidade. Se você vendeu seu voto não tem do que reclamar se a energia não chega, a água não chega. Se você usa imagem do outro está se apropriando de uma imagem que não é sua", declarou.

Em contraponto, o tucano disse que vai usar a imagem de pessoas do povo para pedir voto para ele, como o Seu Abrãao, tradicional comerciante da zona norte, crianças e portadores de necessidades especiais.

2º turno

Sílvio Mendes disse que gostaria de vencer ainda no primeiro. Mas, com o segundo turno já se desenhando, ele afirmou que estará na disputa. "Seria muito atrevimento dizer que vou com um e depois ir com o outro. As cartas estão na mesa, eu estou no jogo, coisa que muitos não acreditavam. Acho que passo para o 2º turno. O jogo não está muito claro", explicou.

Obras não pagas

Sílvio voltou a citar o não pagamento de obras do governo, o que, segundo ele, "não se pode acreditar em um governo que faz festa e inaugura obra e não paga a conta". "Você concorda com um governo que cobra a maior taxa de emplacamento do Brasil e não paga seguro desemprego a mais de 70 mil pessoas? A propaganda é exuberante, mas se metade da propaganda do governo fosse verdade eu não seria candidato. Você confia num governo que desvia dinheiro público? Isso é sério", declarou.

E sobre a declaração do governador de que seus adversários estariam "em desespero", Sílvio riu e preferiu não comentar.

Compra de votos

Em suas viagens ao interior, o tucano disse que tem visto uma "movimentação escandalosa" de compra de votos. Ele cobrou investigação do Ministério Público Eleitoral. "Todo mundo sabe que ofereram para prefeito tantos mil rais. Acho que tem para governador também. Banaliza-se tanto [a compra de votos] que parece que é normal . Eu confio na Polícia Federal. Espero que o Ministério Público cumpra seu dever e não espere que o candidato denuncie", comentou.

Arrombamento no DEM

Sílvio Mendes comparou a responsabilização do arrombamento ocorrido na sede do Democratas nesta segunda-feira ao caso Watergate, escândalo político ocorrido na década de 1970, em que o presidente Richard Nixon teve que renunciar ao cargo de presidente dos Estados Unidos. O candidato acredita que foi dada pouca importância ao fato, como se as pessoas tomassem o fato como normal.

"A gente se acostuma com as coisas. Li dia desses uma crônica que diz que nós não nos incomodamos com coisas que não nos atingem e quando vamos nos dar conta não temos mais a quem reclamar. Richard Nixon foi obrigado a sair do cargo mais importante do mundo por conta de um episódio parecido", comparou.

Leilane Nunes
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