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Contra Índia, Brasil tenta voltar ao Grupo Mundial pela 5ª vez

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Fora do Grupo Mundial da Copa Davis desde 2003, o Brasil caiu nos playoffs nas últimas quatro temporadas. Entre sexta-feira e domingo, a equipe nacional tenta retornar à elite do torneio novamente, desta vez diante da Índia, nas quadras rápidas de Chennai. Com jogadores melhores ranqueados em simples, o time capitaneado por João Zwetsch enfrenta uma dupla poderosa e as dificuldades inerentes ao confronto no país asiático.



Na véspera do embarque para Chennai, a maior preocupação foi com as condições extra-quadra. Além de programar a chegada para o último sábado em busca da melhor adaptação ao fuso horário de 8h30 e às condições climáticas, a Confederação Brasileira de Tênis (CBT) enviou um cardápio especial ao hotel que abriga a delegação e instruiu os jogadores a tomarem uma série de cuidados, como escovar os dentes com água mineral, por exemplo.

"Nossa adaptação está no nível em que a gente estava esperando. Todo mundo já está com a cabeça feita para enfrentar o que for preciso, saber como agir com inteligência durante as partidas. Estou muito satisfeito, estamos em um nível ideal", declarou João Zwetsch, que se prepara para disputar seu primeiro playoff como capitão da equipe nacional.

Atual 27º colocado do ranking mundial, Bellucci estreia nesta sexta-feira diante de Rohan Bopanna, 479º da lista da ATP. Vice-campeão da chave de duplas do Aberto dos Estados Unidos, o indiano não joga uma partida de simples desde julho e certamente encontrará dificuldades para se adaptar, principalmente no aspecto físico. Ainda assim, o brasileiro fala com cautela sobre o confronto.

"Ele é um cara perigoso. Vai jogar solto e não tem nada a perder. Não posso deixar escapar no começo e tenho que tentar impor meu jogo. Por ser duplista (é o 19º do ranking), ele pode sentir um pouco mais no início, mas com os treinamentos isso não vai ser problema para ele. Está acostumado com o clima. Tenho que me impor e tentar sair logo de cara em vantagem", afirmou Bellucci, que nunca enfrentou o adversário.

Já Ricardo Mello, atual 75º do ranking da ATP, estreia no mesmo dia diante de Sondev Devvarman, 113º da lista. "Estou me sentindo bem melhor, já pude me acostumar com as condições daqui. Só falta um pouco com relação ao fuso-horário. Ainda estou acordando um pouco à noite, mas me sinto preparado para jogar sexta-feira", afirmou o brasileiro, que também nunca enfrentou seu rival.

O confronto de duplas deve ser o mais complicado da série para os brasileiros. Ex-líderes do ranking mundial e com três títulos de Grand Slam juntos, Leander Paes, oitavo do mundo, e Mahesh Bhupathi, 13º da lista, somam 24 vitórias e duas derrotas na Copa Davis, um recorde na equipe local. Invictos há 23 jogos, eles perderam pela última vez em 1996, contra os suecos Jonas Bjorkman e Nicklas Kulti, em Calcutá, na grama.

Bruno Soares, 37º do mundo, e Marcelo Melo, 38º da lista da ATP, alcançaram as oitavas de final da Copa Davis e esperam planejam manter o ritmo no primeiro confronto diante dos indianos. "Esperamos um jogo duríssimo. Eles são muito experientes e não perdem em Copa Davis há muito tempo. Acho que temos que entrar focados em fazer o nosso jogo e não desistir nunca, pois o jogo é longo e tudo pode mudar", declarou Soares.

A escolha dos anfitriões pelo piso rápido agradou aos brasileiros. Em quadras duras, a Índia tem 10 vitórias e 10 derrotas. Na grama, são 28 triunfos e 21 tropeços. Em 2009, a equipe adotou o cimento para enfrentar a Austrália, mas ganhou por W.O. Antes disso, jogou as 35 séries anteriores na grama. A última partida como mandante em uma superfície diferente foi em 1979, na derrota por 3 a 2 contra a Austrália, no saibro.

No quesito experiência, os convocados do capitão Shiv-Prakash Misra levam vantagem, já que a equipe formada por Leander Paes (37 anos), Mahesh Bhupathi (36), Rohan Bopanna (30) e Somdev Devvarman (25) alcança uma média de 32 anos, contra 26,25 anos de Ricardo Mello (29), Bruno Soares (28), Marcelo Melo (26) e Thomaz Bellucci (22).

Dentre os convocados de João Zwetsch, Ricardo Mello é o único que já disputou o Torneio de Chennai, sede dos confrontos. Antes de romperem a parceria em função de um desentendimento, Paes e Bhupathi conquistaram o campeonato em 1997, 1998, 1999 e 2002. Na edição de 2009, Devvarman foi derrotado na única final de sua carreira. Já Bopanna ficou com o vice de duplas em 2006.

Vice-campeã da Copa Davis nas temporadas de 1966, 1974 e 1987, a Índia já enfrentou o Brasil duas vezes. Em 1966, venceu Thomaz Koch e José Edison Mandarino por 3 a 2, em Calcutá. Em 1991, com o então jovem Leander Paes na equipe, foi derrotada por 4 a 1 por Nelson Aerts, Luiz Mattar, Jaime Oncins e Fernando Roese, no saibro do Clube Pinheiros.

Atual capitão indiano, Shiv-Prakash Misra era o quarto jogador da equipe que triunfou em 1966 e confia em uma nova vitória. "No papel, os brasileiros estão bem melhores ranqueados do que nosso time, mas a Copa Davis envolve muito mais do que isso. O que pode fazer a diferença a nosso favor é o desempenho de Bopanna em simples. Acredito que o confronto será decidido no terceiro dia", afirmou.


Fonte: Gazeta
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