OAB acompanha prisão de ex-presidente acusado de fraude

O presidente da OAB/PI, Sigifroi Moreno, foi até a Comissão Investigadora do Crime Organizado nesta manhã acompanhar a situação do advogado Faminiano Araújo Machado, ex-presidente da Ordem em Parnaíba, preso acusado de fraude ao seguro DPVat, FGTS e INSS. O advogado prestaria depoimento hoje aos policiais.

Caroline Oliveira/Cidadeverde.com

O delegado Willame Costa, que preside o inquérito, explica que o Ministério Público pediu paticipação no interrogatório, por isso ficou para segunda-feira(20). "Como o Ministério Público quer participar, nós agendamos para a próxima segunda. Hoje, após a conversa com a OAB, ele irá ao Instituto Médico Legal fazer exames de corpo de delito e será encaminhado ao Quartel do Comando Geral, onde ficará preso", disse o delegado.

Sigifroi Moreno disse que a partir de agora o órgão vai acompanhar todos os passos do processo até que seja concluído. "Além das prerrogativas normais de um preso, como advogado ele tem foro privilegiado e deve ficar recolhido numa sala de Estado Maior e também ter um representante da Ordem acompanhando pessoalmente seu processo. O representante escolhido foi o advogado Lúcio Tadeu que, na segunda-feira, estará acompanhando o interrogatório", explicou.

Foto:Proparnaiba

Faminiano renunciou ao cargo de presidente da secção de Parnaíba em março, quando o órgão teve conhecimento das investigações, que já ocorriam desde 2009.

Ainda de acordo com o delegado, são mais de 30 inquéritos em trâmite, todos relativos às fraudes do DPVat. Porém, até o momento somente seis estão em andamento. Dos seis, Faminiano responde por três.

"Os outros ainda não foram instruídos porque demanda tempo e aqui na Cico há outros casos para serem investigados", explica o delegado.

Dos inquéritos em andamento, três pessoas estão presas: o escrivão Rogério Nunes, a namorada de Faminiano, Maria Márcia, que ficou presa na Penitenciária Feminina de Parnaíba, e Faminiano.

Andreia Nunes, esposa do escrivão, conseguiu habeas corpus e responde o processo em liberdade. Ainda estão foragidos Luís Irajá Pontes, que é citado em vários inquéritos e seria o responsável por conseguir os documentos a serem usados no golpe, e Farliana, irmã de Faminiano.

Delegado Willame Costa

"Logo após fecharmos o interrogatório na segunda-feira, iremos até Parnaíba interrogar e indiciar Maria Márcia", explicou o delegado.

Homicídio

O delegado Willame investiga também a participação de Faminiano na morte de Jean Alves, que foi executado com tiro na cabeça no mês de maio. "Jean Alves foi a pessoa a partir da qual foi criado o Jean da Conceição, nome fictício usado nas fraudes de pensão por morte do INSS e do próprio DPVat. Antes de morrer, ele prestou depoimento informando que caso acontecesse alguma coisa com ele, Faminiano seria o culpado, pois ele tinha oferecido um salário mínimo para ele e a família saírem de Parnaíba até que a poeira baixasse. Ele teria se negado a aceitar. Estamos investigando a participação dele no crime", declarou.

Os principais crimes pelos quais Faminiano será indiciado são estelionato, falsidade ideológica, homicídio, corrupção ativa e passiva.

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