O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, quis entrar no jogo de cena da atriz Débora Bloch, apresentadora da cerimônia de encerramento do Festival de Cinema do Rio, mas se deu mal.

Tudo começou porque Bloch, na noite de ontem, fez repetidas referências a sua ausência nos filmes nacionais. Em tom de chiste, ela dizia que, para fazer cinema, é preciso "ter muitos contatos".

Ao subir ao palco para entregar o prêmio principal da noite, o trofeu Redentor de melhor longa-metragem de ficção (ganho por "VIPs"), Paes disse à atriz que ele próprio, apesar de não mandar na RioFilme (empresa de cinema ligada à prefeitura), tinha lá sua influência e era um bom "contato".

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A atriz Débora Bloch, que deu um puxão de orelha no prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes

Bloch sorriu. Mas do diálogo improvisado tirou uma crítica. Ela aproveitou a deixa para pedir ao prefeito que desse atenção aos teatros da cidade, deixados ao deus dará em sua gestão.

A atriz citou o fim do Teatro Glória, demolido durante a reforma do Hotel Glória, comprado pelo empresário Eike Batista. Aplaudida pela plateia presente ao Cine Odeon, empolgou-se. Quis saber também do destino do teatro Ipanema e desfiou uma lista de espaços culturais abandonados.

Constrangido, o prefeito improvisou algumas explicações, citou um número confirmado, em voz alta, com uma assessora, e disse que o Ipanema está sendo incorporado à secretaria de Cultura.

No fim, sorriso amarelo, admitiu: "Da próxima vez, não me meto a fazer graça". 




Fonte: Folha Online