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"Uma campanha muda um homem", afirma Wilson Martins em entrevista

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Reeleito no Piauí, o médico Wilson Martins, 57 anos, já comunicou a presidente eleita Dilma Rousseff (PT) que irá comandar um movimento pela aprovação da Emenda Constitucional nº 29, criada em 2000. A emenda fixa percentuais mínimos a serem investidos, anualmente, em saúde pela União, por Estados e municípios. A cobrança do imposto ainda não foi definida, mas pretende compensar as perdas com o fim da Contribuição sobre Movimentação Financeira (CPMF).

Fotos: Yala Sena/Cidadeverde.com


Nesta semana, Nilmário Miranda, presidente da Fundação Perseu Abramo, postou em seu Twitter: "Governador do Piauí procurou governadores eleitos do PSB para propor a volta da CPMF, mas com recurso só para saúde". Durante a campanha, Dilma Rousseff prometeu estudar alternativas para aumentar recursos para a saúde.

Martins foi eleito no Estado com mais de 921 mil votos (58% dos votos válidos) e priorizou a saúde como marca de governo. Ele fez um balanço do segundo turno das eleições e disse que o Piauí precisa de grandes investimentos do governo federal.

Qual palavra o Sr. resumiria a campanha do 2º turno no Piauí?

Na verdade eu resumo em duas palavras: trabalho e garra. O segundo turno foi de muita articulação, de entendimentos. Foi uma eleição dura e a mais disputada, acirradíssima.




A campanha pregou o "voto livre". Ainda existe voto de cabresto no Piauí?

As pessoas diziam na campanha: eu sou livre, mas voto em Wilson Martins. Então, foi uma proposta, foi um sentimento. Não creio mais em curral eleitoral. Todo mundo é livre para votar em quem quiser.


 Qual sua prioridade?

A saúde pública. Depois a educação, segurança pública, moradia e geração de emprego. Isso na mesma linha de importância. Se você traz grandes investimentos para o Piauí isso inclui pessoas, desenvolve o Estado e ao mesmo tempo gera emprego.


 Que apoio o Sr. quer da presidente Dilma?

Queremos o apoio que merecemos. Nós somos amigos, somos correligionários de partidos que tem a mesma filosofia. Fomos solidários ainda quando Dilma era candidata. Ela esteve aqui no segundo turno e se comprometeu com o Estado. Quero a solidariedade e o reconhecimento dela ao Estado do Piauí.




O Piauí é visto como um dos mais pobres da federação. O que fazer para mudar essa imagem?

O Piauí é rico. O problema é que ao longo dos anos o Estado perdeu oportunidade de crescer. E nos oito anos dos governos de Wellington (Dias) e Wilson Martins tivemos que cuidar de coisas pequenas, que era a infraestrutura. Agora, o Estado está preparado para grandes investimentos.


 Que tipo de investimentos?

O Piauí se ressente e precisa de um grande investimento do governo federal. De uma estatal. E estou solicitando o apoio de meu partido, o PSB, para que a gente possa na área de Ciência e Tecnologia ou na área de mineração, ter uma empresa que possa dar aqui, quem sabe a Petrobras, a Agência Nacional do Petróleo, para trabalhar no Estado numa ação efetiva de desenvolvimento.


Que movimento é esse que o Sr. que comandar para a provação da Emenda Constitucional nº 29?

Já comecei a liderar esse movimento. Já tenho o aval de Jaques Wagner (governador da Bahia), do Eduardo Campos (governador de Pernambuco) e Cid Gomes (governador do Ceará) e também do meu amigo, companheiro, Renato Casagrande (governador do Espírito Santos), no sentido de juntarmos forças para a regulamentação da emenda 29. Quando Dilma esteve aqui eu fiz um apelo público para ela. Informei que iria liderar um movimento pela emenda e pedir três coisas: mais recursos para a saúde pública, resolver o problema da queda do Fundo de Participação dos Estados e a defesa do pré-sal para que chegue mais dinheiro ao Piauí.





O povo é antipático a novo imposto. O Sr. não teme reação?

Não. A emenda nº 29 define um percentual mínimo de investimentos que União, Estados e municípios são obrigados a investir em Saúde. Será pago um valor mínimo. Por exemplo. Você paga R$ 1,00. Esse valor você paga numa Coca-cola. Quem financia é o grande, que não é do Piauí. É do Sul do Sudeste. É o milionário pagando as contas para os pequenos. A emenda nº 29 é menor que 0,01 e quem paga é o grande.


Wilson Martins de hoje é o mesmo de antes da campanha?

A campanha muda um homem. O Piauí pode esperar um governador mais humilde do que começou a campanha eleitoral. Muito mais comprometido e muito mais garra e vontade de trabalhar pelo Piauí. Me sinto mais maduro. Eu conheço esse Estado como poucos e andei nele de ponta a ponta.



Por Yala Sena
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