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Em despedida do Senado, Mão Santa troca farpas com Ideli Salvatti

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Conhecido por intermináveis discursos com críticas ao presidente Lula, o senador Mão Santa (PSC) fez nesta quarta-feira (22) sua despedida da Casa em mais um longo pronunciamento na tribuna.






Na despedida, o peemedebista trocou farpas com a senadora Ideli Salvatti (PT-SC), líder do governo no Congresso, quando a petista --futura ministra da Pesca-- pediu para interrompê-lo a fim de fazer um rápido pronunciamento.


"A senhora não vai pedir agora, não, porque aqui já se usou a tribuna até por quatro horas. Por educação, sente-se. Aliás, é até melhor que se retire", disse Mão Santa.


Irritada, Ideli chamou o colega de mal educado fora do microfone --já que não teve a palavra concedida pelo peemedebista. "Isso mostra a sua educação", afirmou.


O senador Álvaro Dias (PSDB-PR), que dialogava com o peemedebista no momento da confusão, tentou minimizar o episódio. "Senador Mão Santa, talvez por pouco tempo, Vossa Excelência deixa de ser senador, mas continua sendo Mão Santa."


No último discurso na Casa, uma vez que não foi reeleito nas eleições de outubro, Mão Santa fez homenagens à família e chegou a ler trechos de uma música que marcou sua infância.


"Este é o pronunciamento de número 1.502 que faço desta tribuna, reivindicando pelo Brasil, pela democracia, pelos velhos, para acabar com a violência, para a saúde, para a educação e pelo meu grandioso Piauí", disse.







O senador recebeu várias homenagens dos colegas, que exaltaram seu mandato nos últimos anos.


Oposição por amor ao Brasil


Em seu 1.502º pronunciamento, o senador afirmou que sua atuação parlamentar foi inspirada pelo amor, não pelo ódio como o presidente Lula, e pelos grandes exemplos. Ele também agradeceu a Deus pela oportunidade de fazer o melhor possível e disse que leva a saudade dos senadores que faleceram nos últimos oito anos.


- Nós só somos bons mortos. Saio com a satisfação do cumprimento da missão. Jamais farei oposição a Deus, mas fiz ao Luiz Inácio por amor ao Brasil, como Rui Barbosa fez oposição ao Marechal Deodoro, o Marechal de Ferro. Ele fez e está aí reconhecido  - afirmou.


Apartes


O senador Geraldo Mesquita (PMDB-AC) disse, em aparte, que a história dessa legislatura não poderá ser contada sem ressaltar a participação de Mão Santa. "O presidente Lula não tem nenhuma razão em afirmar que foi ofendido por Vossa Excelência ou tratado menos do que deveria", afirmou. O senador Adelmir Santana (DEM-DF) disse que viu o amor que Mão Santa tem pelo Piauí e pelo Brasil.


O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) disse que Mão Santa consagrou um estilo próprio, pois ninguém falou tanto da tribuna do Senado. Ele salientou que o estilo extrapolou as fronteiras do Piauí e o transformou em senador do Brasil. O senador Antonio Carlos Júnior (DEM-BA) disse que herdou a amizade que Mão Santa tinha pelo seu pai. Ele lembrou um encontro em Fortaleza em que o povo cercou Mão Santa, provando a grande popularidade que possui.


O senador Roberto Cavalcanti (PRB-PB) disse que Mão Santa foi o destaque do Senado e atuou como um grande padrinho dele. O senador Alfredo Cotait (DEM-SP) também manifestou sua admiração por Mão Santa. O senador Augusto Botelho (sem partido-RR) disse que Mão Santa é um comunicador sem igual e que fica impressionado com a popularidade do senador nas localidades mais distantes de Roraima.


O senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) disse que Mão Santa tem a política no sangue e o insucesso na última eleição não vai tirá-lo da política. O senador Marco Maciel (DEM-PE) destacou a coerência, a assiduidade e a preocupação de Mão Santa com os problemas do Nordeste. "Em política é difícil ser coerente", salientou.


O senador Magno Malta (PR-ES) disse que a despedida não é um momento feliz, mas que o bom humor de Mão Santa aliado à sua cultura o tornaram um poeta de cordel. Ele observou que todos que o visitam em Brasília pedem para conhecer o senador Mão Santa. O senador Neuto De Conto (PMDB-SC) lembrou que teve diferenças naturais com Mão Santa, mas ressaltou que os dois sempre convergiram nos temas importantes para o país.


O senador Heráclito Fortes (DEM-PI) afirmou que foi um privilégio conviver por oito anos com Mão Santa. Ele disse não ter dúvida que o senador deixará um vazio na imagem da TV Senado, pois constatou os efeitos do alcance da televisão quando as pessoas perguntavam por Mão Santa. O senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE) disse que Mão Santa foi um exemplo de competência e de assiduidade.


Folha: Folha e Senado

 

 

 

 

 

 

 

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