Em entrevista ao jornalista Amadeu Campos, o deputado estadual Themístocles Filho (PMDB) admitiu deixar a presidência da Assembleia Legislativa do Piauí - Alepi - após seu quarto mandato. As declarações foram exibidas no quadro "10 Temas", do Jornal do Piauí desta quarta-feira (29).

Considerado reeleito nos bastidores, Themístocles Filho admitiu que deixará o comando da mesa diretora após oito anos, em 2013. "Eu vou completar meu ciclo na presidencia da Assembleia. TV Assembleia, Rádio Assembleia, criamos a Fundalegis, Escola do legislativo, procuramos modernizar. E a vida é um ciclo. Deve outro cidadão, outro parlamentar, assumir a presidência da Assembleia", declarou.

Questionado sobre o reajuste de salário dos deputados federais, Themístocles Filho evitou comentar um possível aumento no Piauí, mas alfinetou: "Muita gente fala de salário de deputado, mas tem servidor no Piauí que ganha mais que deputado estadual. Depende como você compara".

Themístocles Filho disse ainda que a falta de recursos não é exclusividade da Justiça. "O Orçamento do Estado não dá para fazer as obras que o governador deseja. O Estado do Piauí não tem condições de fazer uma obra em torno de R$ 500 milhões sozinho. O dinheiro é pouco para todos os poderes. Onde o dinheiro é pouco, todo mundo briga".

Nesta semana, o presidente do Tribunal de Justiça do Piauí, desembargador Edvaldo Moura, comentou que o poder Judiciário fica "acocorado" e "de pires na mão" pedindo dinheiro para custear as despesas.

O parlamentar destacou a destinação de emenda do deputado federal Themístocles Sampaio (PMDB/PI) para o tratamento de viciados em drogas. Serão destinados R$ 500 mil para a Secretaria de Saúde do Piauí. "A polícia prende, mas fica o problema da dependência química. Só sabe quem tem o problema em casa", declarou o deputado, defendendo maior atenção dos políticos para a questão.

Themístocles Filho demonstrou preocupação com a lei que regula a distribuição dos royalties do pré-sal. Para o deputado, se a nova presidente Dilma Rousseff não apresentar um alternativa viável em novo projeto, o Congresso Nacional pode derrubar o veto deixado por Lula. Outro temor é que a discussão se alongue e a questão leve 10 anos para ser discutida e sancionada.

Outro problema em Brasília/DF diz respeito às decisões da Justiça em relação ao Legislativo. "O grande culpado de tudo isso é o Congresso Nacional, que não faz a reforma política. Na omissão, o Judiciário toma as atitudes", disse.

Sem querer comentar as eleições municipais de 2012, Themístocles Filho admitiu que o PMDB brigará para ter candidato a prefeito. O deputado deu as chances como 99%.