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Estilistas da SPFW discutem relação de Dilma com a moda

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A presidente Dilma Rousseff não tem medidas de top, mas foi definida como a "nova Gisele Bündchen" por Paulo Borges, diretor da São Paulo Fashion Week --que começa hoje sua edição inverno 2011 no pavilhão da Bienal, em São Paulo.


Gisele divulgou o Brasil nas passarelas internacionais. À presidente caberá o papel de promover a indústria local junto aos governos de países mundo afora.


A estreia fashion de Dilma, em sua cerimônia de posse, foi, para muitos, um "tropeço no salto". A presidente escolheu um look assinado por Luisa Stadtlander, modista que faz roupas de festa sob medida, deixando de lado representantes mais expressivos do mercado de moda.


"Acho que ela se sentiu insegura em usar uma roupa de designer. Ela poderia ter nos procurado, faríamos algo inovador e adequado", afirma o estilista Waldemar Iodice, dono da Iodice e vice-presidente da Abest (Associação Brasileira dos Estilistas).


Já a estilista Gloria Coelho aprova a escolha "afetiva" de Dilma. "Ela cresceu no meu conceito quando escolheu um look feito por uma amiga. Quem dá valor aos amigos tem coisa boa dentro de si."


Ronaldo Fraga, que assinou o look da ministra da Cultura Ana de Hollanda na posse, também não aprovou.


O problema, segundo ele, não foi de estilo, mas de uma escolha "politicamente pouco expressiva". "Desaprovo a escolha da posse, mas o fato de ela ter chamado Paulo [Borges] para conversar sinaliza outros rumos. É a primeira vez que um presidente toma essa iniciativa em relação à moda", diz.

 

Divulgação/Folhapress/Divulgação

A presidente Dilma Rousseff, ao centro, ao lado de croquis feitos por estilistas da São Paulo Fashion Week

NOVAS DIRETRIZES


Fraga se refere à reunião, na semana passada, em que Paulo Borges e Dilma discutiram, em Brasília, novas diretrizes para a moda.


Além das medidas ligadas a políticas públicas destinadas ao setor, Dilma e Borges fecharam uma parceria esperta. A presidente passa sua agenda para o empresário, e ele faz o meio de campo entre ela e os estilistas.


Exemplo: Dilma vai a um baile de gala. Borges seleciona experts em looks de festa, reúne peças feitas sob medida para ela e oferece o "lote" à presidente, que escolhe livremente. "Não serão só roupas. Vamos oferecer também bolsas, sapatos, joias e outros acessórios", diz Borges.


Para Gloria Coelho, as grifes que se propuserem a desenhar para Dilma devem investir em peças universais. "Tailleurs, calças e vestido são boas opções", afirma.


"Acho ridículo tentar criar uma nova Jackie O., como os EUA estão tentando fazer com Michelle Obama", diz Oskar Metsavaht, estilista e dono da Osklen.


"Dilma deve vestir o que lhe convier. O que importa em relação à moda nacional são as políticas que ela e seu ministério adotarão quanto à formação de mão de obra (educação), à indústria e à desoneração fiscal, fatores que podem comprometer este momento de expressão nacional e internacional da nossa moda", completa.


Fraga concorda com as reivindicações do colega. "Precisamos de crédito para capital de giro e bons incentivos para a cadeia de confecções. O BNDES pode ajudar nisso."


Ser top no Planalto é, sem dúvidas, ainda mais complicado do que vencer no restrito mundinho das passarelas.



Fonte: Folha Online

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