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Médicos do Piauí param atendimento em protesto contra os planos de saúde

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No dia 7 de abril, os médicos de todo o país irão deixar de atender todos os pacientes beneficiários de planos de saúde em protesto contra a falta de reajuste nos procedimentos. A mobilização nacional irá alertar para as dificuldades que a classe médica encontra junto aos empresários para reajuste salarial, obediência à tabela de procedimentos (CBHPM de 2010) e à forma do contrato.


De acordo com Felipe de Pádua, presidente da Associação Piauiense de Medicina, nos últimos 10 anos os planos foram reajustados em quase 160% para os beneficiários, mas nem a metade disso chegou ao reajuste feito aos médicos.


Caroline Oliveira/Cidadeverde.com



No Piauí, são cerca de 30 planos de saúde vigentes. O maior é o IAPEP Saúde, com 150 mil beneficiários, e a Unimed em segundo, com 40 mil.


"Em Teresina temos evoluído com a implantação da Tabela CBHPM. Mas, ainda faltam os reajustes salariais. Depois das companhias telefônicas, os planos de saúde são os maiores alvos de reclamação no Procon. Apesar deles estarem crescendo, isso não é repassado ao médico. Por isso, faremos essa paralisação nacional, para chamar a atenção da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) que, além de estabelecer normas entre o plano de saúde e os beneficiários, também deverá estabelecer entre os planos e os médicos", declarou.


Segundo o médico, no Brasil esses reajustes ocorrem de forma desigual. A ideia é estabelecer um contrato nacional de atualização do reajuste para a categoria, vinculando o aumento do valor do plano ao aumento que deva ser repassado ao profissional.


No dia 07, todas as consultas, exames e cirurgias eletivas já marcadas serão adiadas. Apenas procedimentos de urgência e emergência serão realizados.


Alerta


O médico alerta ainda que as pessoas, ao contratarem um plano de saúde, devem ler o contrato rigorosamente porque muitos atendimentos não estão previstos. "Ao contratarem, os planos oferecem mundos e fundos. Mas as pessoas devem ficar atentar para as cláusulas do contrato como carência e outros procedimentos, como transplantes de órgãos, que a maioria não oferece", declarou.


Ainda segundo o médico, os planos estão encontrando uma forma de aumentar o número de clientes reduzindo o contrato com pessoas físicas e aumentando com pessoas jurídicas. "Isso também deve servir de alerta", finalisou.


Flash de Caroline Oliveira
Redação de Carlos Lustosa Filho
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