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Nuzman garante reeleição e vai somar 21 anos no poder do COB

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Carlos Arthur Nuzman vai permanecer no comando do COB (Comitê Olímpico Brasileiro). Desde 1995 à frente da entidade, quando sucedeu André Richer, seu atual vice, o dirigente vai ficar até 2016 no cargo e somar 21 anos no poder do esporte olímpico brasileiro.


Em reunião realizada na última quinta-feira, o cartola de 69 anos usou uma carta do COI (Comitê Olímpico Internacional) para convencer os presidentes de confederações de que pode prosseguir acumulando o cargo na entidade e no Comitê Organizador dos Jogos de 2016.

Liderados por Ary Graça, presidente da CBV (Confederação Brasileira de Vôlei), os demais cartolas montaram a chapa para a reeleição e fecharam as portas para a oposição.

A decisão foi tomada em uma reunião de trabalho que tinha quatro temas principais: o acompanhamento da organização para 2016; a preparação para os Jogos de Londres; a adesão das entidades ao uniforme da Nike, nova patrocinadora do COB; e “assuntos gerais”.

Na parte final do encontro, justamente a que trataria de “assuntos gerais”, Nuzman apresentou aos seus interlocutores uma carta do COI. O documento dizia que a entidade jamais pressionou o cartola a optar pelo Comitê Organizador da Rio-2016 ou pelo COB.

Na sequência, Ary Graça pediu a palavra e sugeriu a formação imediata da chapa para a eleição do COB, prevista para outubro, com Nuzman na presidência e André Richer, atual vice, ocupando a mesma função.

A ideia foi aprovada por 24 confederações, o que impede que a oposição se movimente. Segundo o regimento interno da entidade, qualquer candidato precisa do apoio formal de dez membros, número impossível no colégio eleitoral com 30.

“Eu não vejo muita possibilidade [de que a oposição se movimente]. Não só pelo aspecto legal mas também porque o Nuzman trouxe o Pan para o Rio, trouxe uma Olimpíada. Ele é o responsável pela revolução que está acontecendo no Rio de Janeiro com relação à segurança, às obras, pela autoestima do povo carioca. É uma pessoa excepcional”, resumiu Ary Graça, em contato com o UOL Esporte.

“O Brasil é um país em que é preciso reunir esforços para se obter as coisas. A gente vê que tem de falar com o governo federal, com o estadual, com o municipal. O Nuzman é a pessoa que reúne todo mundo. É difícil conciliar esses interesses todos. Uma pessoa nova perderia muito tempo se acostumando a tudo isso”, disse Roberto Gesta de Melo, presidente da CBAt (Confederação Brasileira de Atletismo).

Alaor Azevedo, opositor de Nuzman e presidente da CBTM (Confederação Brasileira de Tênis de Mesa), diz que não participou da escolha. “Eu estava na reunião, mas tinha um compromisso e tive de sair antes do fim do terceiro tema. Tomei conhecimento do que aconteceu depois. A reunião não foi convocada com esse objetivo”, disse o dirigente.

O expediente é parecido com aquele utilizado em 2008.Na ocasião, Nuzman convocou uma assembleia-geral extraordinária para tratar de eleição. O encontro foi publicado em jornais de baixa circulação do Rio de Janeiro e os dirigentes foram avisados por fax apenas três dias antes do pleito. No fim, algumas confederações não puderam participar.

O resultado põe fim à hipótese de que Nuzman abandonaria o COB. O acúmulo de funções como presidente do Comitê Nacional e do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos é inédito na história. No início deste ano, o blog de Juca Kfouri publicou que o COI pediu para o cartola fazer sua opção.

A ideia de que Nuzman estava sob pressão era conhecida pelos presidentes de confederações, que já se organizavam para a futura sucessão. Ary Graça foi apontado pelos colegas como sucessor natural, mas condicionou sua ascensão à saída do atual presidente, seu padrinho político na CBV.

Alaor Azevedo poderia ser seu vice para que a chapa fosse de consenso. Agora, ele não vê nenhuma solução para os que estão descontentes com a administração do COB.

“Um órgão tão grande merece mais estudos. Tivemos melhorias nos últimos anos, eu não nego. Só que sempre se pode melhorar. Tenho uma série de questões a apresentar e vou reunir a diretoria e os presidentes de confederações para levar minhas sugestões”, disse Alaor. 


Fonte: Uol
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