Cidadeverde.com

Ricardo Teixeira fica na CBF com apoio das federações

Imprimir
Nem licença, tampouco renúncia. O presidente da CBF e do COL (Comitê Organizador da Copa-2014), Ricardo Teixeira, 64, permanece em ambos os cargos apesar das novas denúncias e especulações de que estaria prestes a se afastar, até mesmo por motivos de saúde. Assembleia geral extraordinária, nesta quarta-feira, no Rio, definiu a situação.


A saída do cartola, mineiro de Carlos Chafas e desde 1989 no poder, quando assumiu amparado pelo então sogro e presidente da Fifa, João Havelange, era dada como certa por presidentes de federações estaduais desde antes do Carnaval, quando viajou para a Flórida, onde tem bens e estava a sua família.

Depois, convocou a assembleia geral desta quarta, onde estiveram presentes os chefes das 27 federações estaduais. E, por unanimidade, eles homologaram apoio à continuação do mandato de Teixeira.Ficou acertado também que, em caso de renúncia, será cumprido o estatuto que coloca a sucessão para o vice-presidente mais velho da CBF. No caso, José Maria Marin.Teixeira foi embora sem dar entrevista.

Em crise não só dentro de campo --com a seleção brasileira eliminada das últimas Copa do Mundo e Copa América logo nas quartas de final-- como também e principalmente fora dele --em meio a novas denúncias de corrupção--, Teixeira já vinha dando sinais de que poderia sair.

No início do mês, demitiu o tio, Marco Antônio Teixeira, da secretaria-geral da entidade. Ele estava na função praticamente desde o começo do mandato do sobrinho no final da década de 1980.

No final do ano passado, já havia nomeado o então presidente do Corinthians, Andres Sanchez, para diretor de seleções. Além disso, o ex-jogador Ronaldo foi colocado dentro do COL.

Em 29 de setembro, foi internado em um hospital no Rio apresentando dores abdominais. O boletim médico disse que Teixeira tinha uma diverticulite (inflamação na parede do cólon, ligado ao intestino grosso) não complicada. Assim, faria tratamento apenas com anti-inflamatório, analgésico e uma alimentação regulada, sem necessidade de cirurgia. Recebeu alta dois dias depois.

Enquanto esteve em observação, deu brindes para as pessoas que cuidavam dele, como bonés e camisetas da seleção brasileira.

Além disso, enfrenta acusação de estar envolvido no maior escândalo da história da Fifa.Um mês antes, foi alvo de protestos em várias cidades do país contra a sua administração.

O chamado dossiê da ISL, ex-agência de marketing da entidade, falida em 2001, será avaliado pela Corte Federal da Suíça e tem documentos considerados comprometedores para Teixeira.

O processo, que tramita desde 2008, possui os nomes de dirigentes que supostamente receberam propina em negociação pelos direitos de transmissão de Copas do Mundo.

Pressionado, Teixeira perdeu força para virar o sucessor de Joseph Blatter na presidência da Fifa após a Copa de 2014, no Brasil.

Em 2000, chegou a enfrentar duas CPIs (Comissões Parlamentares de Inquérito), no Congresso Nacional, porém o título da seleção no Mundial de 2002, segundo ele próprio, serviu para lhe dar força e terminar se mantendo à frente da CBF.

Seu mandato ivai até 2015 graças a uma manobra no estatuto da confederação. Em 2008, ele conseguiu convencer os presidentes das federações estaduais a estender a gestão, de quatro para sete anos, para "não interferir" nos preparativos do país para a Copa-2014.


Fonte: Folha
Você pode receber direto no seu WhatsApp as principais notícias do CidadeVerde.com
Siga nas redes sociais