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Empresas investem em roupas com filtro solar

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Empresários investem na produção de roupas que protegem contra o sol. Com a conscientização dos consumidores, a novidade virou moda. Em Diadema, na região do ABC Paulista, uma pequena empresa produz peças e acessórios com proteção solar e cresce 30% ao ano.

Hoje, o protetor solar se tornou obrigatório para quem fica exposto ao sol. O produto bloqueia os raios UVA e UVB, que podem causar manchas e até câncer na pele.


Agora, a preocupação é proteger a parte do corpo que fica embaixo da roupa e evitar que ela seja atingida. As dicas são usar cores escuras e tecidos com trama mais grossa. “Se você olha para a roupa, deixa passar claridade, ela está passando luz solar e é cancerígena. Então eu recomendo uma roupa com proteção”, afirma Valéria Campos, médica dermatologista.

O empresário João Callas fabrica roupas com tecido que protege contra o sol. Camisas, camisetas, calças, bermudas, shorts e bonés. Ele entrou no mercado por uma questão de sobrevivência. Durante 30 anos, produziu tecidos para confecções tradicionais. Mas aí veio a concorrência dos produtos chineses.

“Os tecidos que vinham do Oriente começaram a despencar o preço do mercado interno, dos produtos brasileiros, e a gente começou a ficar totalmente fora de possibilidade de concorrência”, diz.

A volta por cima veio em 2007, com um novo segmento: as roupas com protetor solar. O empresário estudou o mercado com cuidado. Ele desenvolveu roupas para quem anda no sol, feitas com um tecido especial.

No tecido, com fio de poliamida, cada fio é composto de dezenas de microfios, muito pequenos. Parece uma teia de aranha. Feita com o fio finíssimo, a roupa fica leve, fácil de carregar e seca muito rápido. O desafio é fazer com que o tecido proteja do sol. A solução está em um líquido, o dióxido de titâneo. É um produto químico denso que, aplicado na roupa, bloqueia os raios solares UVA e UVB que são muito nocivos à saúde.

O líquido protetor é colocado em uma máquina, junto com a roupa. O equipamento gira e esquenta o tecido umedecido por 15 minutos. Depois, o tecido absorve o protetor e dura de 40 a 50 lavagens.

O empresário investiu R$ 200 mil na fábrica. Comprou matéria-prima e máquinas para aplicação do protetor. A fabricação das roupas é terceirizada.

Em uma máquina, o produto é posto à prova. “É uma caixa de testes com uma lâmpada UV que simula os raios do sol”, diz Callas.

Primeiro, ele coloca um tecido comum na caixa. Os raios ultrapassam o pano. No tecido com o líquido protetor, a luz fica bloqueada. O fator de proteção solar (FPS) chega a 50.

E para atrair adeptos a caminhadas na natureza, a fábrica agrega valor ao produto. A meia, por exemplo, tem repelente contra inseto. O boné, uma espécie de bolso. E o short recebeu um potente impermeabilizante.

Há uma dica para quem quiser entrar no lucrativo mercado, o investimento é de R$ 50 mil. Uma pequena confecção compra tecido pronto com proteção solar e já começou a trabalhar.

As roupas com protetor são vendidas para 200 lojas em todo o país. O produto está nas gôndolas desde 2007. E a procura só cresce. “As pessoas vêm se preocupando cada vez mais com a proteção da pele. No último ano, nós tivemos um aumento de 30% na procura nesse produto”, diz Rodnei Mendonça, diretor do setor de esporte.
Fernando Martinelli e Antônio Alaor, por exemplo, compram a roupa para pescar. “Eu que tenho a pele branca, me ajuda bastante a se proteger”, diz Alaor. “O protetor não vence. É calor, você sua, o protetor acaba saindo. Então, a camisa protege. É importante’, sugere Martinelli.

No Brasil ocorrem mais de 60 mil casos de câncer de pele por ano. Evitar o excesso de sol é a melhor maneira de prevenir a doença. Gabriel Turrini e Fábio Freire, por exemplo, adoram caminhar no sol. Usam bermuda, camisa e boné. Todos com proteção solar. “Quando está um sol muito forte sinto que ela protege minha pele e ela é bem confortável”, diz Turrini.

A empresa de João Callas vende 1.800 peças por mês. É um mercado novo, mas promissor. Comparado com outros países, a tendência é ir muito além. “Sem dúvida. Na Austrália, por exemplo, é muito importante, na Itália é muito grande, nos Estados Unidos também. No Brasil, o segmento já é importante”, opina.

Fonte: G1
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