Audiência debate ações do Plano para Bacia do rio Parnaíba

A Assembleia Legislativa debateu nesta sexta-feira (27), o Plano de Ação Para o Desenvolvimento Integrado da Bacia do Parnaíba – Planap, a requerimento do deputado Firmino Filho (PSDB). Compareceu um técnico da Codevasf de Brasília, Carlos Henrique, que fez uma ampla explanação sobre o Planap, exibindo imagens.Como que explicando melhor as imagens projetadas em um telão, o superintendente local da Codevasf, Valdeni Bezerra, mostrou alguns trabalhos concluídos no campo da irrigação e do saneamento básico. O cenário mais positivo foi do Assentamento Marrecas.Os recursos do Planap foram de R$ 518 milhões, gastos em estradas, regularização fundiária, saneamento básico, projetos de cajucultura e extrato de mel, esses com postos em Picos, São Pedro do Piauí e Campo Maior.Falando especificamente sobre o Assentamento Marrecas, o superintendente da Codevasf local explicou que antes do Planap era o bode que estava criando o homem. A água foi dessalinizada. Lembrou que em São João do Piauí o plantio de uva evitou que os filhos dos agricultores fossem trabalhar em Petrolina.Falaram também na audiência a representante da Secretaria do Planejamento, Amália Rodrigues, explicando que o Governo do Piauí é parceiro do Planap.Durante o debate, algumas dúvidas foram dissipadas. O engenheiro Augusto Basílio Lamentou que o Planap não tivesse atuado na recuperação da mata ciliar do rio Parnaíba. Quis saber o que poderia ser feito nesse sentido, e como Teresina poderia contribuir.O líder comunitário Ascânio Sávio disse que encontra semelhança no Planap com algum projeto do governo estadual, dizendo não saber quem copiou quem. Os técnicos acharam que Teresina pode propor parceria com o Planap, oferecendo sua experiência.Ainda sobre a mata ciliar, o superintendente da Codevasf disse que esse trabalho de reposição é de longo prazo, e por isso ficou para um segundo plano.Demócrito Barreto, secretário de Meio Ambiente, ressaltou que o Planap tem um papel importante na questão ambiental. Informou que a execução do projeto de preservação das nascentes do rio Parnaíba está em fase de licitação. Ele falou ainda do plano de fixação de dunas no Litoral.O deputado Firmino Filho levantou várias questões, a começar pela dualidade das ações do Planap. Ele disse não entender como foi gestada a ação voltada para o Meio Ambiente. O Ambientalista Deocleciano aproveitou o debate para criticar a edição do novo Plano Nacional do Código Florestal.Para Firmino Filho, se gasta muito com papel e com planejamento, defendendo que a Codevasf deveria fazer um monitoramento do Planap.Márcio Braz foi um dos que questionaram o Planap. Ele criticou o gasto da metade dos recursos com a questão ambiental, e quando se vai para a infra-estruturar, todos os trabalhos ainda estão em execução. Apenas cinco por cento dos recursos ficaram para aplicação na produção.Questionado sobre a prioridade dada à construção de estradas, o técnico da Codevasf em Brasília disse que é porque se trata de um trabalho mais rápido, enquanto o saneamento total de uma cidade demanda mais tempo. Esse trabalho foi previsto para 12 cidades – explicou. Segundo ele, os trabalhos de extrato de mel estão concluídos. Na cajucultura são 40 mil hectares que vão abastecer o mercado.A representante da Secretaria de Planejamento, Amália Rodrigues, concordou que as ações de planejamento do Planap não estejam sendo monitoradas. O deputado Firmino Filho concluiu afirmando que não há mecanismo de controle do Planap.O técnico Carlos Henrique informou que ainda não foi desenvolvida a forma de fazer o produto chegar ao mercado. Disse que já há irrigação em vários municípios, embora ainda seja pouco.redacao@cidadeverde.com