Olarias contam história da capital desde transferência para Teresina

Em alusão ao aniversário da capital, a série de programas especiais aos 160 de Teresina, mostrará nesta sexta-feira (25) a evolução de algumas profissões e a relação delas com o crescimento da cidade.  No  programa "160 Anos Vida e Trabalho", carteiros, fotógrafos, profissionais de saúde e os oleiros do pólo cerâmico do Poty Velho, entre outros, são alguns dos personagens elencados para contar mais um capítulo da história de Teresina. Após a transferência da capital do Piauí para Teresina,  a região norte foi a primeira região a ser habitada. Além de contar com tantas belezas naturais,  ocasionadas pelos rios Poty e Parnaíba,  área tornou-se espaço para que  ‘artesãos do barro’, pudessem transformar argila em tijolos. As olarias correspondem a um local destinado a produção de objetos que utilizam o barro ou argila como matéria prima. Para o desenvolvimento da profissão, os oleiros contavam com argila de boa qualidade, água em abundância e a proximidades da área urbana, o que facilitava a venda. Surgido na década de década de 50 a produção de tijolos foi uma das principais atividades desenvolvidas na cidade. Centenas de pessoas trabalham no ofício e alguns tinham seus clientes fidedignos.  “Antigamente a gente podia escolher para quem vender nossos produtos. Como a demanda era muito grande cheguei a contratar 20 trabalhadores para darem conta do serviço”, relembra Otávio Nascimento, de 65 anos. Ao longo do tempo, os oleiros foram perdendo o espaço e o prestígio que outrora tiveram. A concorrência com as grandes cerâmicas e a rápida degradação da área fizeram com que a atividade deixasse de ser lucrativa. Os oleiros, praticamente, começaram a pagar para trabalhar. Dona Raimunda Teixeira,  contabiliza as perdas financeiras. “Carreguei dois milheiros para ganhar R$ 5 por dia”. Para  'driblar' o declínio da profissão, Raimunda Teixeira , criou uma cooperativa de mulheres e também tornou-se presidente da associação dos artesãos. Da produção familiar e artesanal do bairro Poty Velho para a produção em larga escala das cerâmicas, o Piauí produz, por mês, 20 milhões de telhas e 25 milhões de tijolos, em um processo cada vez mais automatizado.Graciane Sousa ( Especial para o Cidadeverde.com)redacao@cidadeverde.com